O ILUDIDO

Bonito igual eu, nunca vi!

Sei que; existem muitas pessoas belas pelo mundo, mas igual; tá pra nascer!

É só perguntar para minha mãe, que ela confirmará o que digo.

" Filho bonito igual o meu tá pra nascer"

Repetira como um hino pátrio.

Pelo menos é o que ela sempre me disse.

Ela não mentiria, nunca mentiu.

E inteligente e esperto como sou, concordei.

Agora esta é a minha realidade ideal.

Meu nome é Narciso.

Moro numa casa onde as paredes, tetos e o chão são feitas de espelhos.

Construí assim, idêntico ao que meu senhorio " Ego" me ordenou.

Gosto muito do que vejo!

Aqui onde vivo parecem existir muitos eus, mas original apenas um, o resto é apenas reflexo do belo.

Evito sair nas ruas, tenho um certo asco as outras feições, não me agradam, são desconexas, imperfeitas, não sequem o mesmo padrão.

No fundo sinto pena!

Sou só; por conta da minha própria exigência de perfeição.Não a encontrei fora de mim.

Sou filho único, mas para ter um irmão, teria que ser gêmeo, assim seria mais fácil a convivência, sem que eu o recharsace o tempo todo.

Semelhante, está palavra de longe ou de longe adesconheço, nem tão pouco seu significado.

Pra meu eu , não existe, ou não deveria existir.

Há quem diga que sou "O Iludido" já ouvi muito destes desvarios por aí, mas agora de frente ao espelho percebo que iludidos são eles neste mundo de realidades distorcidas.

Seu eu visse um mínimo de defeitos, viraria a cara para o meu próprio reflexo como um ato de protesto a minha própria existência, uma auto rejeição.

Somos o que acreditamos ser, E eu, sem dúvidas;sou este ápice do que acredito ser.

( Do meu livro: Textos Avulsos)

( Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 07/03/2021
Código do texto: T7200636
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