CONSAGRAÇÃO DO ESPECTRO ADAPTACIONAL
O mundo parte de princípios sombrios e nem nos damos conta dessa realidade. A natureza reflete todos os mecanismos mordazes, onde a regra é clara: sobrevive quem se adapta. E adaptar-me tem sido o trabalho dos trabalhos.
Ao que me parece, tudo tem limites, exceto o mundo. E qualquer que seja a contraindicação excedida, ao circunspecto doentio restabelecerá novamente a paz interior. Ininterruptas noções de nódoas despencam dos nossos lábios ao proferirmos constantes blasfêmias religiosas. Uníssona, a insipidez desmotiva qualquer suprimento de alegria, seja lá qual tenha sido a melhor universalização da existência divina.
O coração é tragédia anunciada por entre brechas desenhadas pelas remanescentes costuras poéticas. Tão poéticas, mas ao mesmo tempo tão breves. O sono jaz em descanso eterno na displicência transparente do luto recauchutado a mercê das estribeiras natas.
És feliz quem consome o quanto poderá consumir, deveras, creio ser fantasiosa demais essa penumbra infantil consumista. Consumimos demais e absorvemos de menos. E quando absorvemos, simplesmente são coisas que em nada acrescentarão ao nosso ser. Tudo é nada ao mesmo interesse em que todas as respostas poderão ser incógnitas abertas ao leque de outras perguntas.
Só procuro por momentos da maratona vilipendiada ao delírio sujo da compaixão auto piedosa onde faça jus a minha caminhada tortuosa. Distantes estamos do mundo e esquecemos instantes notórios desse renascimento gradativo que sucumbe aos transtornos do destino. Desde sempre suplicamos melhorias quando na verdade somos claras manifestações do caos. Entre o nascer do sol e o pôr deste, seremos o mundo.