JORGE GRANHEN, O "FAZ-TUDO" !

JORGE GRANHEN, O "FAZ-TUDO" !

Li ontem, 2/fevereiro pelo FACEBOOK, nota informando sobre mais 1 ano de vida do "Jornal de Ananindeua", que conheci em 1988/89,em seus primeiros dias, duas folhas em xerox, acredite quem quiser. Ansioso por encontrar espaços para publicar meus poemas, lá fui eu atrás do dono da obra, um baixinho com traços poloneses (ou ucranianos), "polacos" como se diz no Brasil, termo que detesto. E assim, mês a mês, fui conhecendo um pouco mais do humilde editor, ou melhor, do simplérrimo jornalista que camuflava sob a capa da modéstia grandes e variados talentos.

Nas paredes da sala ampla no segundo andar -- todo construído por êle -- quadros de aspectos antigos de nossa cidade... pintados por êle ! Tempos depois, no intervalo de 30 dias, me espanto com enorme estátua em gesso, ainda "crua", sem cores (me parece que não a coloriu), mas lhe faltava palmo e pouco em relação ao modelo, êle próprio. Jorge -- só a família o chamava assim, creio eu -- conseguiu a façanha de cravar na boca de todos um sobrenome tão estranho e fazia as fotos de eu Jornal, todas excelentes, sem sombras nem ausência de enquadramento.

Se desenhos havia nas páginas, eram dele também... se escrevia não sei, não lembro de textos dele, até o editorial era aberto a outras mãos. Mas vi livro dele -- sobre Ananindeua, claro -- o que ressalta sua extrema modéstia. O "Jornal de Ananindeua" era democrático, "abria suas portas", digo, seu espaço para todo o que tivesse algum pendor para a escrita, mesmo iniciante, sem censura. Saía do jeito que o dono produziu, sem uma vírgula fora do lugar, a expressão real do conhecimento do autor. Quando o Jornal cresceu, aumentou o espaço dos literatos e músicos locais, eu entre êles. O dia de Jorge Granhen tinha 48 horas, conseguia estar em todos os lugares, cobrir todos os fatos sociais e políticos de nossa Ananindeua, aniversários de gente importante, obras do prefeito e "na hora do almoço" ainda cuidava de um Centro Comunitário distante, não lembro o nome.

Quero crer que "montava" seu Jornal de noite, varando a madrugada, diagramação tradicional, sem invencionices. Como tinha ciência dos meandros daquela prática, pude reconhecer seu amplo domínio dela. Nunca soube a tiragem real do jornal, costuma "ser segredo" por aqui e também não é segredo que "aumenta-se" e muito o valor nominal. Estive em meus primeiros dias, isso em 1987, no "Jornal POPULAR" aqui do bairro Cidade Nova, este de um certo Nilson Brasil e, dos 300 ou 400 exemplares reais, saía escrito 1500. (Levei jovem desenhista, ficou pouco tempo lá, Nilson queria coisas simples, "Bené" fazia desenhos cheios de detalhes, riscos e sombras. Saiu para se transformar no mundialmente conhecido JOE BENNETT... isso é Destino !)

Nosso Prefeito dr. DANIEL SANTOS -- o mais jovem, de F. Correa para cá -- poderá corrigir duas enormes injustiças dando aos incansáveis batalhadores pela Cultura ananin JORGE GRANHEN e Lucinerges Couto o nome de uma nova Escola (ou pelo menos de sala ou biblioteca), pois foram imensos construtores do futuro cultural desta Cidade, atuando como exemplo sem igual para todos os que tiveram a honra de conhecê-los. Tenho certeza de que "não comiam e nem dormiam", todas as suas energias voltadas tão-somente para engrandecer nossa Cultura.

Que Deus LHES PAGUE porque "aqui embaixo" nenhuma homenagem À ÊLES será suficiente, pelo tanto que fizeram enquanto viveram !

"NATO" AZEVEDO (em 3/fev. 2021, 7hs)

NATO AZEVEDO

Enviado por NATO AZEVEDO em 03/03/2021

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