Misticismo
No chuveiro, a mocinha cantarolava uma canção gospel e, distraída, escreveu "Jesus" no vapor do vidro do box. Momentos mais tarde, a irmã mais nova tomava banho e a palavra reapareceu milagrosamente, levando-a às lágrimas e à convicção de que tratava-se de um chamado divino: seria freira.
A vocação desapareceu quando confrontada com a realidade daquela falsa epifania, mas o evento tem qualquer semelhança com a cegueira dos devotos de um outro messias, que repetem seus "ensinamentos" como mantras sagrados, capazes de, por ele, enfrentarem amigos, família, ciência.
Conforme as posições tomadas por seu mestre, defendem armas, queimadas e corruptos, atacam leis e minorias, perseguem inimigos reais ou imaginários, destratam opositores e até aliados que demonstrem algum senso crítico.
Diante da desastrosa resposta do governo à pandemia, defendem o desastre e, quando, por pressão ou conveniência, o mito muda de rumo, após um primeiro momento de estupefação, voltam a segui-lo, sem hesitar. Nenhum desconforto com os voláteis dogmas de sua seita, cujo líder é capaz de abandonar seguidores pelo caminho, como os fanáticos Sara Winter e Daniel Silveira, condenados, justamente, pelo exercício de "sua fé".
Enquanto isso, mais de 250mil mortes, hospitais lotados, pouquíssimas vacinas, nada do auxílio emergencial, miséria, desemprego, inflação e políticas atabalhoadas em todas as áreas, inclusive a macroeconômica do superministro Guedes, que vê o Brasil deixar o top 10 das economias mundiais, para desespero dos FariaLimaers. Que se dizem arrependidos, mas ainda seguem no barco.
A menina ingênua que acreditou estar diante de uma manifestação mítica aceitou, não sem alguma decepção, a explicação científica sobre o fenômeno, ao contrário dessa gente que não se deixa convencer por fatos e expulsaria o próprio Deus aos gritos de comunista, se Ele aparecesse em todo o seu esplendor, para tentar colocar um pouco de ordem nessa balbúrdia.
A vocação desapareceu quando confrontada com a realidade daquela falsa epifania, mas o evento tem qualquer semelhança com a cegueira dos devotos de um outro messias, que repetem seus "ensinamentos" como mantras sagrados, capazes de, por ele, enfrentarem amigos, família, ciência.
Conforme as posições tomadas por seu mestre, defendem armas, queimadas e corruptos, atacam leis e minorias, perseguem inimigos reais ou imaginários, destratam opositores e até aliados que demonstrem algum senso crítico.
Diante da desastrosa resposta do governo à pandemia, defendem o desastre e, quando, por pressão ou conveniência, o mito muda de rumo, após um primeiro momento de estupefação, voltam a segui-lo, sem hesitar. Nenhum desconforto com os voláteis dogmas de sua seita, cujo líder é capaz de abandonar seguidores pelo caminho, como os fanáticos Sara Winter e Daniel Silveira, condenados, justamente, pelo exercício de "sua fé".
Enquanto isso, mais de 250mil mortes, hospitais lotados, pouquíssimas vacinas, nada do auxílio emergencial, miséria, desemprego, inflação e políticas atabalhoadas em todas as áreas, inclusive a macroeconômica do superministro Guedes, que vê o Brasil deixar o top 10 das economias mundiais, para desespero dos FariaLimaers. Que se dizem arrependidos, mas ainda seguem no barco.
A menina ingênua que acreditou estar diante de uma manifestação mítica aceitou, não sem alguma decepção, a explicação científica sobre o fenômeno, ao contrário dessa gente que não se deixa convencer por fatos e expulsaria o próprio Deus aos gritos de comunista, se Ele aparecesse em todo o seu esplendor, para tentar colocar um pouco de ordem nessa balbúrdia.
Texto publicado na minha coluna semanal do jornal Alô Brasília.
Veja no jornal acessando:
http://alo.com.br/impresso/qui-04-03-2021/
Estou na página 8, Vida e Lazer.
Imagem de Ramiro Furquin