Engraçado como aparecem as lembranças escondidas quando menos a gente espera.
Raramente me lembro desses acontecimentos, talvez por não ter acontecido na minha infância ou por não fazer parte do costume da família.
Lendo um conto de uma escritora amiga, e a descrição que ela fez sobre uma canoa a remo, onde os personagens remavam rio a baixo, trouxe-me de imediato essa lembrança e a intenção de escrever este texto.
Exatamente no lugar onde nasci, o rio ficava do outro lado da mansa montanha. 
Não era longe, mas para os pequenos parecia muito longe, só íamos acompanhados dos mais velhos.
Talvez pela situação geográfica e pelo porte do rio, que não era grande, não se falava em canoa por lá.
Já na cidade grande, na adolescência, acompanhei meus primos em passeios em um condomínio de chácaras que na época estava sendo implantado e alguns desses primos trabalhavam nesse lugar.
Existiam alguns lagos lá, e em um deles existia um atracadouro de tábuas sobre tambores e um pequeno barco a remos.
De certa forma um assíduo frequentador, acabei por conseguir uma boa prática em remar e nadar.
Tinha muita confiança em mim mesmo quando remando ou nadando naquele lago,que não era pequeno.
Quando vejo uma foto que tiramos de dentro do barco a remos, lá no meio daquela represa de uma cidade turística, fico pensando se fui louco ou irresponsável, quem sabe os dois.
Eu tinha vinte anos e essa foi a última vez que remei.
Entrei em outras canoas pela vida a fora, mas nenhuma sob a minha responsabilidade.
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 02/03/2021
Reeditado em 02/03/2021
Código do texto: T7196889
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