O Bezerro-Boi
Havia uma família de animais do campo constituída por um boi, uma vaca, um bezerro mais jovem, uma bezerra de idade mediana e um bezerrinho; ambos de idade escalena. Esta família carregava uma carruagem muito importante e seu dono se alegrava muito d'esta família. Mas em determinado momento, o boi, a vaca e os bezerros entraram na carruagem e ali se instalaram, fazendo assim a vontade de o rival de seu dono. O dono chama-os, mas ninguém lho ouve, menos o bezerro jovem. Este, percebendo o que acontecera, chama-os para puxar a carruagem, mas estes não querem. Então, faz o que ninguém queria fazer: entra nas correias da carruagem e vai levando-a, sendo um tanto difícil, visto que ela deveria ser conduzida motoramente p'elos maiores.
Os tempos vão se passando, e o bezerro jovem ainda arrastava em solidão aquela pesada carruagem, dia e noite, sem parar para descansar. O vizinho rival tenta ao máximo retardar o processo do bezerro, mas conforme ele fazia algum male a ele, deixava-o mais astuto e experiente. Este, já bem austero e forte devido ao carregar a carruagem com todos dentro, começa a ter partes de seus lombos dilacerados e queimados por conta das correias e do sol escaldante em cima de si a todo o instante. Suas patas começam a cansar de tão doídas e ele, mesmo debaixo do sol, caiu no chão para descansar e se recompor, pois mesmo que seus lombos rasgassem, ele sabia que seu senhor iria tratar d'ele com muito carinho e emérito.
O vizinho rival, vendo aquilo, se viu na oportunidade perfeita para derrotar aquele bezerro-Boi que lutava pela carruagem de seu senhor, perturbando o boi dentro do carro, que começou a perturbar o bezerro porque parou de mover o carro real. Este era desmotivado, caluniado, pisoteado, humilhado e diversos outros fatores que lho eram pedantes, mesmo com o grande boi dentro da carroça a todo o momento, raramente olhando para o bezerro e, quando olhava, era justamente nos momentos que ele estava andando mais devagar p'ra recuperar-se. O bezerro sabia que, por mais que os ataques viessem do boi, não provinha totalmente d'ele, pois fora muito soprado em seus ouvidos p'elo rival vizinho. Mesmo assim, continuava a carregar a carroça. Dores e gemidos de dores eram extremamente perceptíveis e seu dono, observando aquilo, o renova com muitos medicamentos e carinho, capacitando-o para receber a sua recompensa p'elos seus esforços e dedicação ao seu senhor. Tornar-se-ia um grande boi, austero e inteligente que viria a ser muito mais importante para seu senhor e para todos os outros, sendo um exemplo a todo o campo que se situara na região e, mesmo com as investidas do vizinho rival de seu senhor, ele perseverara sempre, somando cada vez mais para as terras d'ele.
Aquele era um boi, desde bezerrinho, que só se descobriria com toda essa força e potencial com a chegada das dificuldades.