NEW YORK, NEW YORK

Babilônia infernal que me oprimiu como nunca dantes, com seu cheiro nauseante de perfume barato vazando por todos os bueiros. Buzinas incessantes e sirenes gemendo, em sustenidos agonizantes.

Prédios retangularizados e sem graça, quase sempre iguais, sem beleza, sem sacadas, e com janelas de duplos vidros que não se abrem jamais.

Repetitivas escadas de incêndio de escuro ferro se multiplicando nos quarteirões, viadutos em perfis de aço sem vida, grosseiros pré-moldados de concreto entristecendo o percurso entre Manhattan e o aeroporto.

Chega, já basta...my vagabond shoes cansaram de New York!

Quero sair já daqui, antecipo minha volta, rejeito este lugar sinistro onde mamom se faz deus. Não mais retorno, não devia ter vindo pra cá. Parto levando somente as lembranças do musical da Broadway, dos jardins do Central Park, da vista do Empire State e da majestosa lagosta que me deixou sessenta dólares mais pobre.

(2015)