A viagem - terceira parte

Sou da velha guarda. Gosto de mapas, atlas geográficos, mapas rodoviários ou qualquer coisa de papel que eu possa folhear, destacar e rabiscar. Não sou contra o avanço tecnológico, ao contrário, sou um grande entusiasta. Sou até um apaixonado pelos filmes do gênero de ficção científica. Mas não me empolguei com os conselhos dos motociclistas mais tecnológicos para instalar equipamento de GPS na moto ou baixar aplicativos de navegações para celular. Preferi confiar na minha memória e anotações de consultas feitas antes da viagem. Claro que consultei o Google Maps. Este algoritmo rodoviário é uma divindade eletrônica necessária aos iniciantes como eu. Um percurso de viagem de mais de dois mil quilômetros exige planejamento. Então dividi por etapas. Localizei as cidades que iria pernoitar, anotei e memorizei as BRs e rodovias estaduais que me levaria ao destino proposto: Porto Seguro (BA) a Curitiba (PR). Foram duas pernoites. Mas você tem que pilotar a motocicleta pela manhã e toda a tarde de forma disciplinada e prazerosa ao mesmo tempo. A música com fone de ouvido deixa a viagem divertida. O corpo dança e te distrai das dores da fadiga que a viagem causa. Entrar numa cidade que você não conhece sem GPS pode até causar algum desespero. Isso só acontece quando você não presta atenção nas placas de sinalizações da cidade ou fica mudo. Na dúvida conversar e pedir informações torna tudo mais fácil na viagem. O ditado: "quem tem boca vai a Roma" é de fato uma sábia verdade. Conversei com frentistas, motoboys, taxistas e policiais. Foram todos educados e didáticos. Mesmo assim, as vezes eu me perdia. Mas se perder e se encontrar faz parte da vida. Consegui chegar ao destino traçado por mim.

Wander Caires
Enviado por Wander Caires em 25/02/2021
Código do texto: T7192507
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