BIG BROTHER BRASIL
A Casa Big Brother está quase que totalmente lotada de confinados – são dezenove ao todo! Nas minhas elucubrações, nela, adentro. Sou o vigésimo dos orates que, ali, se fazem presentes.
Entre risos e algazarras, nos cumprimentamos, queríamos saber os nomes de cada um dos presentes, nos conhecermos. Buscávamos ser os mais empáticos possíveis. Estamos num jogo onde o prêmio final é o objetivo a ser alcançado. No decorrer do jogo, bem sabemos, os risos e abraços serão substituídos por desconfianças geradas pela existência dos conflitos – muito comum, diga-se – quando os seres humanos se encontram confinados.
À noite, e já se sabendo o nome de alguns – e com todos, agora, reunidos – as panelinhas começam a se formar. Ousado que sou – tiro proveito de um dos raros momentos de silêncio para fazer uso da palavra. Apresento-me! Digo o meu nome, de onde sou – essas coisas comuns nos atos das apresentações. Aproveitando a oportunidade, digo para todos:
- Amigos, aqui, estamos com um único objetivo: o de ser aquele que por último irá deixar a Casa levando o cobiçado prêmio. Teremos que – mais cedo ou mais tarde – votarmos em alguém para levá-lo ao temível Paredão. É parte do jogo. Somos cartas deste jogo. Estamos expostos ao público externo e, por ele, sendo julgados pelos nossos atos. Não me sentirei aborrecido se quaisquer dos senhores votarem em mim, para que eu seja colocado no Paredão. Quero agradecer pelo voto.
(Faço uma pausa. Noto que, atônitos, há olhares trocados em busca de um motivo para o meu ato de agradecimento pelo voto a mim computado.) Retomo a palavra: - Amigos, todos nós somos Diamantes Brutos. Eu sou – bem como, cada um de vocês – um Diamante Bruto que precisa e deve ser lapidado. O meu egocêntrico pensar não me permite ver as arestas e sujeiras que há em mim a ofuscarem o brilho do Diamante Bruto que há no meu interior – esse mesmo brilho que há em cada um de vocês! Por ser egocêntrico, não enxergo os meus erros, os meus defeitos. Então, ao adentrar nesta Casa do Big Brother, sabia que adentrava numa lapidação onde seria lapidado por cada um de vocês ao verem os meus defeitos que – por ser um ser egocêntrico – eu negava ver, admitir que os tenha, mas, tenho-os. Você que votou em mim, viu estas arestas, as sujeiras ofuscantes do meu brilho interior. No entanto, você – ao vê-las – enxergou aquilo que eu não via. Este é o motivo da minha gratidão.
As lavas incandescentes – oriundas dos vulcões em erupção – ao receberem o resfriamento externo, formam uma cristalizada crosta. No interior desta crosta a lava, ainda, mantém a sua forma líquida, incandescente. Isso é o que acontece com cada um de nós. Somos brutos Diamantes que – cobertos pelas arestas e sujeiras do nosso egocêntrico comportamento – não liberta o nosso brilho interior. E, por isso mesmo, continuamos a ser meros Diamantes. Todavia – e se libertos fôssemos – poderíamos ser um ofuscante Brilhante, muito mais valorado do que, antes, éramos como meros e ofuscados Diamantes.
No interior de cada um dos seres humanos, existe esse brilho escondido e ele quer se libertar. Aqui em confinamento ou na exposição estando lá fora, nós devemos nos lapidar. Retiremos as nossas sujeiras sob as diversas formas dos arraigados preconceitos: Raciais, Gênero, Misoginia, Estético/corporal,o Social, Ideológico, Fanatismos Religiosos (ou não), Culturais, Homofobia – que se apresentam incrustados em nós, formando aquela crosta petrificada a impedir que o nosso brilho se esparja, para mostrar o ofuscante Brilhante que há em cada um de nós.
Ganhando ou não o Prêmio, espero que cada um de nós – ao deixarmos a Casa do Big Brother – possa aproveitar da nossa louca convivência de confinamento para que, lá fora, no mundo exterior, possamos continuar este nosso Processo de Lapidação do nosso Diamante, a fim de que ele possa espargir todo o seu ofuscante brilho, comum em todos os Brilhantes.
Somente assim – caríssimo orates – seremos melhores, muito melhores do que, ora, somos!
Imagem: GoogleEntre risos e algazarras, nos cumprimentamos, queríamos saber os nomes de cada um dos presentes, nos conhecermos. Buscávamos ser os mais empáticos possíveis. Estamos num jogo onde o prêmio final é o objetivo a ser alcançado. No decorrer do jogo, bem sabemos, os risos e abraços serão substituídos por desconfianças geradas pela existência dos conflitos – muito comum, diga-se – quando os seres humanos se encontram confinados.
À noite, e já se sabendo o nome de alguns – e com todos, agora, reunidos – as panelinhas começam a se formar. Ousado que sou – tiro proveito de um dos raros momentos de silêncio para fazer uso da palavra. Apresento-me! Digo o meu nome, de onde sou – essas coisas comuns nos atos das apresentações. Aproveitando a oportunidade, digo para todos:
- Amigos, aqui, estamos com um único objetivo: o de ser aquele que por último irá deixar a Casa levando o cobiçado prêmio. Teremos que – mais cedo ou mais tarde – votarmos em alguém para levá-lo ao temível Paredão. É parte do jogo. Somos cartas deste jogo. Estamos expostos ao público externo e, por ele, sendo julgados pelos nossos atos. Não me sentirei aborrecido se quaisquer dos senhores votarem em mim, para que eu seja colocado no Paredão. Quero agradecer pelo voto.
(Faço uma pausa. Noto que, atônitos, há olhares trocados em busca de um motivo para o meu ato de agradecimento pelo voto a mim computado.) Retomo a palavra: - Amigos, todos nós somos Diamantes Brutos. Eu sou – bem como, cada um de vocês – um Diamante Bruto que precisa e deve ser lapidado. O meu egocêntrico pensar não me permite ver as arestas e sujeiras que há em mim a ofuscarem o brilho do Diamante Bruto que há no meu interior – esse mesmo brilho que há em cada um de vocês! Por ser egocêntrico, não enxergo os meus erros, os meus defeitos. Então, ao adentrar nesta Casa do Big Brother, sabia que adentrava numa lapidação onde seria lapidado por cada um de vocês ao verem os meus defeitos que – por ser um ser egocêntrico – eu negava ver, admitir que os tenha, mas, tenho-os. Você que votou em mim, viu estas arestas, as sujeiras ofuscantes do meu brilho interior. No entanto, você – ao vê-las – enxergou aquilo que eu não via. Este é o motivo da minha gratidão.
As lavas incandescentes – oriundas dos vulcões em erupção – ao receberem o resfriamento externo, formam uma cristalizada crosta. No interior desta crosta a lava, ainda, mantém a sua forma líquida, incandescente. Isso é o que acontece com cada um de nós. Somos brutos Diamantes que – cobertos pelas arestas e sujeiras do nosso egocêntrico comportamento – não liberta o nosso brilho interior. E, por isso mesmo, continuamos a ser meros Diamantes. Todavia – e se libertos fôssemos – poderíamos ser um ofuscante Brilhante, muito mais valorado do que, antes, éramos como meros e ofuscados Diamantes.
No interior de cada um dos seres humanos, existe esse brilho escondido e ele quer se libertar. Aqui em confinamento ou na exposição estando lá fora, nós devemos nos lapidar. Retiremos as nossas sujeiras sob as diversas formas dos arraigados preconceitos: Raciais, Gênero, Misoginia, Estético/corporal,o Social, Ideológico, Fanatismos Religiosos (ou não), Culturais, Homofobia – que se apresentam incrustados em nós, formando aquela crosta petrificada a impedir que o nosso brilho se esparja, para mostrar o ofuscante Brilhante que há em cada um de nós.
Ganhando ou não o Prêmio, espero que cada um de nós – ao deixarmos a Casa do Big Brother – possa aproveitar da nossa louca convivência de confinamento para que, lá fora, no mundo exterior, possamos continuar este nosso Processo de Lapidação do nosso Diamante, a fim de que ele possa espargir todo o seu ofuscante brilho, comum em todos os Brilhantes.
Somente assim – caríssimo orates – seremos melhores, muito melhores do que, ora, somos!