Sexo

Afirmei numa crônica que comida e sexo governam o mundo. Hoje o assunto é sobre sexo. Não sou nenhum expertise no assunto. Gosto de uma metáfora dos aviadores quando comparam o avião a sexualidade da mulher. Dizem eles: "o avião é uma máquina complexa; exige tanto conhecimento teórico, bem como muitas horas de prática de voo. Ter confiança na pilotagem é importante, mas nunca se arrogue confiante demais para não ser surpreendido e derrubado". Isso me faz pensar também num provérbio tribal da polinésia que diz: "um homem não tem pensamentos suficientes para uma mulher". São dois conselhos que os homens deveríamos levar muito a sério em relação a sexualidade feminina. O cardápio acerca da experiência sexual no ser humano, não teve a mesma criatividade de degustação como na culinária. Somos mais livres para os apetites gastronômicos e menos livres para degustar de nossos apetites sexuais. Penso que a moral-religiosa e todos outros sistemas morais existentes na sociedade são inibidores da criatividade sexual entre as pessoas. Pesquisas indicam que é comum, em consultórios de relacionamentos, casais reclamarem da rotina e da falta de criatividade do parceiro ou da parceira quando o assunto é sexualidade. Pesquisas também indicam que os solteiros e solteiras não andam muito contentes em seus encontros sexuais furtivos. A prostituição e a pornografia, com seus cardápios de variedades de serviços sexuais, revela que existe uma demanda secreta de carências eróticas que o mercado explora e fatura bilhões de dólares. Pesquisas também revelam que na vida doméstica o cardápio sexual é bem menos variado, o "feijão com arroz", como dizem as mulheres brasileiras, acaba sendo um cardápio repetitivo e tedioso na vida a dois. Por outro lado, muitas mulheres e homens vem buscando investir num cardápio sexual mais criativo em suas vidas íntimas. Talvez toda esta criatividade vem sendo impulsionado por programas de tv, com especialistas no assunto; sex shop, com uma gama de objetos que auxiliam na busca do prazer, bem como livros científicos e de autoajuda, sobre como atingir o clímax, enfim, o menu do cardápio sexual vem aumentando, mas a inibição moral ainda é uma grande barreira nesta área humana. Sabemos que os sistemas religiosos impuseram tabus e pecados sobre quais alimentos são permitidos comer e os que não são. A sexualidade humana também sofreu, moralmente, uma intensa interferência religiosa de proibições sobre o que uma pessoal pode fazer e o que não pode com o seu corpo. Talvez, por isso, o cardápio da sexualidade se tornou menos criativo entre as pessoas. Mas penso que talvez, em época de confinamento social obrigatório, os casais não terão mais a desculpas de não serem criativos por falta de tempo. Este momento vai ser a prova dos nove para aferir se os casais estão temperando bem seus apetites. Boa sorte!