M o r a n g o
NUNCA fui u otimista exagerado. Na verdade acho o otimismo radical uma espécie de fuga. Sou,sim,adepto da esperança porque ela estimula a gente a lutar e a reagir. Ela é mesmo o sonho do homem acordado.
Acho que nunca foi tão necessário ter esperança e lutar por ela como neste momento, quando estamos enfrentando a pandemia e, infelizmente, somos conduzidos por um governo negacionista e incompetente. E que, pasmem, ainda arrota otimismo. No que é apoiado por marionetes e capachos. Vejam bem, na sua coluna de domingo, Elio Gaspari, colocou uma notinha criticando de forma corrosiva e verdadeira esse otimismo babaca, tentando dourar a pílula e, inclusive com selo e vídeos. Escreveu Gaspari: "Quem vê os vídeos de propaganda do selo pode pensar que está na Nova Zelândia. Lá, sob o comando da primeira-ministra Jacinda Ardern, morreram 26 pessoas,cinco para cada milhão de habitantes.Na terra das palmeiras, onde canta o capitão,morreram mi para cada milhão de habitantes".
Jamais vou entregar os pontos, nem ser otimista num país que o governo dá maus exemplos, só resta mesmo ter esperança, daquela forma definida pelo saudoso Rubem Alves:
"A esperança se contenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo, alegrias sem razões, a possibilidade da esperança". BINGO. Inté.