SERÁ QUE ME ENGANEI?

Os amigos que me leem sabem o quanto escrevo sobre as minhas memórias. Tento fugir delas muitas vezes, para não parecer repetição um texto do outro.
Se for seguir nesse tema das recordações muito ainda tenho pra contar.
Gosto muito de ter memória boa mas também tem os seus inconvenientes, pois tem coisa que a gente passa, vê ou ouve em certos momentos que seria muito bom se pudesse esquecer.
Tenho também uma outra coisa que aprendi treinando e que já me auxiliou em muitos momentos da vida comum ou profissional, que é a observação.
Por uma circunstância que abordarei eu uma outra oportunidade, iniciei um curso que abandonei logo em seguida, mas li e segui as apostilas e fui além delas, fazendo as minhas próprias experiências, e acabei por desenvolver uma excelente capacidade de observação, coisa que me foi de muita valia no decorrer da vida.
Entre muitas situações que poderia citar mencionando o benefício da minha boa observação, vou exemplificar uma em que acredito termos nos livrado de ser assaltados.
Certa vez eu e minha esposa fizemos um passeio turístico na cidade de São João Del Rey, cidade histórica do estado de Minas Gerais.
Lembro que o celular Motorola V3 era o top daquela época, lembro disso pois queria comprar uma máquina fotográfica e acabei optando por esse celular, que seria muito bem para fotos etc.
Depois de visitar muitos lugares da cidade, na maioria igrejas, e até cemitérios, resolvemos ir ao Mirante do Cristo. Uma montanha bem próxima ao Centro Histórico, cuja encosta é habitada por o que se costumam chamar hoje em dia de comunidades carentes.
Era umas dez da manhã, subimos até lá. O lugar parecia um amplo platô, plano semelhante ao um campo de futebol, com acesso para automóveis até perto da estátua do Cristo, que fica próximo à encosta na face voltada para o centro da cidade.
Estacionei o carro afastado uns trinta metros mais ou menos e fomos caminhando.
Observei que estavam no lugar uns três casais de turistas e sentados no pedestal do Cristo, alguns jovens e me chamou a atenção o fato deles estarem com celulares de modelos semelhantes ao meu, que não era barato, pois comprei com muita reserva, imaginando estar gastando além do que deveria num simples telefone.
Fomos eu e ela para o parapeito de balaustres, voltados pra cidade e ficamos ali entretidos observando e tirando fotos. Parece que me veio a intuição de olhar para trás e então percebi que aqueles jovens não estavam mais ali e os casais de turistas também não.
Vendo que estávamos sozinhos, disse a ela para sairmos logo de lá.
Saímos apressados rumo ao carro e do outro lado vinha em nossa direção um sujeito quase que correndo.
Chegamos ao carro, dei a partida e o sujeito já estava bem próximo. Obviamente saí na maior velocidade que pude.
Concluí que seríamos assaltados. Será que não?
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 20/02/2021
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T7188875
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