Finitude

Como se fora luzes de uma árvore de natal, aos poucos, uma a uma elas vão se apagando, queimando.

Algumas delas parecem não ter o brilho inicial, são opacas, e quase uma ironia ou apenas por uma questão de percepção, à primeira vista, os tons mais fortes são os primeiros a perder parte da coloração.

Memória!

A árvore, por sua vez, tem seus galhos em sua maioria retorcidos, alguns até quebrados. O tempo tratou de impor sua vontade também a ela, descascando sua "pele" e dando-lhe uma textura "carrasquenta".

As raízes, por sua vez, parecem fortes e, apesar de enroladas, estão calcadas nelas mesmas e são profundas; se estendem ao longo das estradas.

Corpo!

Percebo mais borboletas (ou seriam mariposas?)visitando a casa. O que trazem nas asas?

Percebo beija-flores visitando a varanda, à procura de pólen das flores mas, errando o caminho, também são vistos no meio da sala. O que trazem nos bicos?

Etéreos!

Prenúncios!

Da janela reparo os tons avermelhados de que os dias têm se apropriado.

Da sacada reparo os anúncios que as nuvens parecem trazer aos dias.

Memória e corpo se mesclam numa dança de final de tarde.

Marisa Lima
Enviado por Marisa Lima em 17/02/2021
Reeditado em 17/02/2021
Código do texto: T7186511
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