Conexão Mental

“Espero que onde você estiver, possa me ouvir.”

Quantas vezes, ja conversamos mentalmente com alguém? Seja por prece, por reclamação, por saudade ou por mera idealização. Poderia dizer que essas conexões só acontecem dentro de nós. Mas em raras ocasiões, obtemos uma resposta:

Através de sonhos, “coincidências” ou detalhes que trazem lembranças e associações inesperadas.

Há quem atribua a sincronia ao acaso, mas pensamento é uma força que não fomos educados para lidar. É uma energia tão intensa que é capaz de em um milésimo de segundo: tocar uma música, criar algo, lembrar da infância, se projetar no futuro , enquanto resolve, no mesmo instante, algum problema pessoal.

Sempre vi os pensamentos como antigos rádios. Sintonizamos de acordo com o que emitimos, o que por vezes, passa pelos chiados. Aquelas lacunas entre uma estação que não quer ouvir e aquela que ainda não encontrou.

Até que uma música toque e paremos qualquer movimento para escuta-la. Parar para sentir o momento. O que me faz voltar à conexão.

Conversar mentalmente é o momento que paramos, escolhemos e ordenamos as palavras e os sentidos mais significativos. Exatamente, como um escritor faz enquanto escreve: con(versa). Pode pensar que está falando sozinho, mas o ”universo” escuta e traduz do seu jeito como deve chegar a cada destinatário.

Ninguém pensa em silêncio. E enquanto os pensamentos colocam os sentimentos para dançar, os outros, mesmo a distância, captam a sua música.