Dr Castor o bem e o mal juntos

O Bangu chegou ao ápice na década de 1980, com o vice do Campeonato Brasileiro de 1985, e do Carioca também do mesmo ano. Foi um clube que atraiu grandes jogadores: Artuzinho, Claudio Adão, Neto, Mauro Galvão. Tinha sido campeão Carioca em 1966.

No mesmo período a Mocidade Independente de Padre Miguel: 1979, 1985, 1990, 1991, 1996 foi campeã do grupo especial das escolas de samba do carnaval no Rio de Janeiro.

Por trás destes títulos e conquistas Castor de Andrade, um contraventor do jogo do bicho. Ele se formou em direito pela faculdade nacional da UFRJ.

Era como um pai para a comunidade em torno do carnaval e do futebol. Era o chefe dos chefes dos bicheiros na capital fluminense. Para conquistar o império, teve que eliminar alguns bicheiros menores e dividir por região, o domínio do jogo.

Se olharmos que o jogo do bicho é só uma contravenção penal e não crime propriamente dito, não teria mal nenhum de Castor colocar esse divertimento cotidiano de acertar a milhar, em 25 bichos tabelados, criado em 1892 pelo João Drummond, dono de um zoológico, em Vila Isabel, que queria ter uma renda extra e criou essa jogatina.

Aliás a graça desse jogo é ser clandestino. Ser proibido. Hoje existe no Ceará, a Loteria dos Sonhos, e tantos outros jogos espalhados pelo Brasil nos moldes do jogo do bicho, mas as pessoas gostam demais desse estilo de ser do jogo. De dizer que sonhou com o "burro", com o "veado", teve palpite x ou palpite y. Nos tempos do que valia era o que estava assinado.

Quando o bicheiro mor foi preso algumas vezes e condenado pela juíza Denise Frossart. Ele se afastou da comunidade que tantos financiou e ela acabou em decadência. Tanto o clube, como a escola de samba.

O que fica em questionamento até que ponto os paizão financiadores dos projetos populares fazem bem ou mal?

Existem exemplos pelo Brasil de beneméritos que no fim se aproveitam da sua benfeitoria em troca de votos para cargos de vereador, deputado, senador, entre outros.

No Rio de Janeiro, temos os exemplos que surgiram depois dos bicheiros, as milícias que tomaram conta das favelas com proteção em troca de apoio político. O que levou a tragédia da morte de Marielle Franco, então vereadora do PSOL.

Cada vez mais se fica evidente que a educação é necessária para libertar as comunidades mais simples do crime organizado que se aproveita da falta do poder público para oprimir o trabalhador e moradores de áreas mais simples pelo Brasil.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 15/02/2021
Reeditado em 15/02/2021
Código do texto: T7184837
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