15 horas e 10 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

15 horas e 10 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

Liguei o word.

Enquanto os porvinhas me picam e eu coço os cotovelos, os calcanhares, as canelas, locais privilegiados de suas picadas, minha mente vagabundeia pelas crises e os danos reais da existência.

15 horas e 22 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus. Tomei a primeira dose, Coronavac. Não furei fila. Meu amigo, já contaminado e na segunda dose me perguntou, e agora, João? Continuar a ter cuidado!

15 horas e 31 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

Às 17 horas, na Igreja de São Benedito, missa de 7º. dia do meu amigo. Não resistiu ao coronavírus. Que sua companheira supere tamanha perda e persista na luta por uma existência de relativa e sustentável da tal felicidade!

15 horas e 42 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

Minha amiga, já idosa, solitária, sem o companheiro que partiu, inadvertidamente, possivelmente com o pensamento no companheiro ido, tão repentinamente, muito antes do que ela queria, caiu e fraturou o fêmur. Tomara que o oxigênio aspirado dia e noite a tranquilize e a prepare para uma transposição serena...

15 horas e 59 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

O Tão, meu irmão mais velho, vi agora, foi liberado do hospital, onde por quatro dias, suspeito de uma pancreatite, permaneceu, assim como eu no conforto do meu espaço gourmet, apreensivo, diria amedrontado, com os imprevisíveis desfechos da existência!

16 horas e 06 minutos do dia 14 de fevereiro de 2021, domingo de pandemia do coronavírus.

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Joao dos Santos Leite
Enviado por Joao dos Santos Leite em 14/02/2021
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