Ufa, enfim, um pouco menos de barulho! Até quando, não sei.
Na primeira infância, na minha pequenina Irituia, – então era chamada Vila por quem morava no interior –, a gente nem ouvia falar em motocicletas, como eram conhecidas as maquinas de 2 rodas, e vivia sossegado sem barulhos ensurdecedores, ouvia-se apenas ou o estalar da muxinga dos comboieiros, que conduziam sua tropa carregada de produtos agrícolas, ou o som do picape dos escoteiros, que no mês de julho acampavam em frente a casa do seu Cristóvão Santos, na hoje rua Marciano Rodrigues, então rua do Porto da Cova, onde tocavam o hino Nacional durante o hasteamento e arriamento da Bandeira Nacional e depois um pouco de musicas. Recordo “Saxofone, por que choras”, de Ratinho (Severino Rangel), “Esta noite eu queria que o mundo acabasse”, na voz do Silvinho, entre outras ou, o Sonoro Caramuru, coordenado pelo Julinho, craque do imbatível Brasil Futebol Clube, depois Atlética São Cristóvão, não mais imbatível, que tocava os tradicionais bailes do Brasil e do Irituiense únicos times da cidade.
Com o passar dos anos as tais motos se tornaram tão numerosas e incômodas com descargas descalibradas e condutores irresponsáveis, que na minha agora pequena, mas disputada Irituia é quase impossível sossegar a qualquer hora.
Ontem, depois de cansativa, longa e quase desesperançada espera a Policia Militar recolheu algumas motinhas sem silenciador. A principio exigiram apenas a troca das peças descalibradas para devolve-las aos condutores ou donos.
Quase me alegro com a noticia, todavia, como o que é bom dura pouco, ainda não ouso repetir a velha máxima aprendida com meus pais: a justiça tarda, mas não falta. Neste caso a policia demorou, mas veio.
As magrelas, entretanto, nem de longe são nosso único incomodo sonoro, pois quando acabar a pandemia, – torço que logo –, o som em altos decibéis, tocados em qualquer lugar, voltará a produzir transtorno a quem precisa repousar ou não gosta de barulho. Haverá quem goste? Creio que, se há, sejam raros.