III OS BANCOS E SUAS HISTÓRIAS... 08h06min.

Com este terceiro texto completamos a sucinta trilogia, sobre os fatos de alguns bancos, mais restritos ao estado do Paraná, que nos deu guarida, no final do ano de 1948.

O país, de modo geral viveu a euforia dos bancos estaduais, aqui também aconteceu, com a fundação do Banco do Estado do Paraná SA, isto no longínquo ano de 1928, que mais tarde devido ao seu crescimento a nível nacional seria conhecido como BANESTADO...

Hoje, encontramos um talão de cheque de 1998, em que este estava comemorando 70 anos, e o guardamos como “relíquia”, visto que dois depois, este que fora uma solida instituição financeira, seria “incorporado” pelo Banco Itaú, no segundo mandato do governo FHC, que “apregoava” que tudo que era do estado não funciona a contente, razão pela qual era preciso “privatizar” ...

No ano 2000, isto também aconteceu com o BANESTADO, mas de modo “inexplicável”, o BANESTADO foi “privatizado”, mas, pasmem! No final o governo do estado do Paraná, assumiu uma dívida de 5b.300m. de reais, a juros que pesariam durante muito tempo os cofres do estado...

Em 1975, “fugimos” da Caixa Econômica, em razão que este banco tinha aberto uma agência em nosso bairro, nas proximidades de nossa residência, e realmente fomos bem acolhidos, abrindo uma conta pessoal e mais tarde em nome de nossa empresa.

Muitas “águas rolaram pela ponte”, em 1994 começou o Plano Real, com o lado positivo, - da inflação sob controle – mas era difícil vencer uma cultura inflacionário de longas décadas, em que muitas vezes o cliente comprava mais do necessário, pensando que os preços subiriam amanhã...

Nossa pequena empresa também entrou numa crise sem precedentes, alguns clientes, compravam, mas acabavam não pagando. E neste ciclo vicioso, também fomos envolvidos, primeiro usando o cheque especial da empresa, que na época era de dez mil reais, concomitantemente começamos a descontar duplicatas, quando o cliente não pagava, tudo era debitado em nossa conta, tudo parecia uma “agonia sem fim” ...

Finalmente em 1996 surgiu uma “luz”, fizemos um acordo com o Banestado, e, dividíamos nossas dividas em 24 parcelas, que davam em torno de R$1.200, reais mensais, havia um porem, as parcelas eram corrigidas mensalmente, isto ia nos “asfixiando” , pagamos 12 parcelas, contamos isto a amigo que era nosso avalista, ele, - juiz do estado – enviou uma carta a direção do banco, expondo o que estava acontecendo, ofertou ao banco um valor x pelas 12 parcelas restantes, a direção do banco aceitou... E quanto a “nós”? Ficamos devendo este valor ao amigo...

Em fevereiro de 1998, saiu nossa aposentadoria do INSS, cuja a entrada foi em dezembro de 1996. Foi quando fizemos um planejamento de quitarmos nossa dívida com este amigo, com os recebimentos da aposentadoria, mas quase no daquele ano, - novembro -por um “decreto” de FHC, que vedava que as distribuidoras tivessem sua sede no mesmo terreno da residência do proprietário. Teríamos que nos mudar, pagar aluguel, e além do mais contratar um farmacêutico, embora não fizemos qualquer tipo de “manipulação”, pois fazíamos tão somente revenda de alguns medicamentos, isentos de controle, e artigos de perfumaria...

Em novembro do ano citado, fechamos, após mais de 30 anos de atividades comerciais, e, dependendo tão somente da aposentadoria do INSS, não conseguimos honrar com o prometido...

Os anos se passaram, e este amigo verdadeiro jamais tocou no assunto de nossa dívida para com ele... Tudo isto não deixam de ser os bancos com suas lembranças, umas boas e outras nem tanto. 08h54min.

Curitiba, 10 de fevereiro de 2021 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 10/02/2021
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