Desculpe, Diabo, se lhe ofendi
Mariana acompanhou a tia Dolores ao velório de seu ex-marido e ficou indignada ao vê-la quase debruçada sobre o caixão proferindo palavras inaudíveis.
Em casa, após um café forte, Mariana não se conteve e perguntou:
-Tia, a senhora se chama Dolores, e não Dasdores. Sofreu igual cachorro de pobre por mais de 20 anos nas mãos de daquele canalha e ainda foi chorar em seu velório?
- Não, minha filha. Eu não derramei uma lágrima...
- Mas ficou um tempão... Sei lá, querendo lhe dizer alguma coisa.
- Você percebeu?
- Claro. Todos que estavam por perto perceberam. E posso saber que ‘conversa’ foi aquela?
- Só estava pedindo por que as coisas boas demoram tanto para acontecerem?