AMOR SABOR CAFÉ
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Há quem ponha dúvidas em amores, mas não fico agoniado com sentimentos que não são meus. Pra que lamento, se ganho nos braços da minha flor, um conforto tão doce? Um alento que não à toa, semeia aqui dentro os frios na barriga, suspiros e um certo medo também. Já num sabe. É de causar ranhura sem explicação. Tudo isso quando me deparo com a minha flor. Misericórdia... Pense, mas pense numa mulher que me desatina todo. Sabe como me arrancar do eixo. É toque de pele, é toque de alma. E me vem com cada beijo que só falta sair fogo. Não vou mentir, às vezes também é meigo, ameno. Mas não importa, não me esqueço daquele toque doce e quente sabor... café.
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Se me ouvissem frente a frente diriam que o que digo é balela. Falar que amo um sujeito travesso, atrevido, agitado. Posso dizer metido a gaiato. Que pilantra! Mas me atrevo que nem ele, e em cada momento oportuno recito minha paixão. Onde já se viu, não se doar pra alguém que te prende num olhar tão profundo e sincero? Ardente que nem brasa. Aff... Me perco ali. E nessa perdição sinto uma fervura tão aquecida, mas tão aquecida, que o café borbulhante da panela nem se compara. Mas, como nem tudo são flores, quando o tempo passa ele vai embora, quando é dada a hora de ir pra casa. Num guento. Me perco na saudade deixada por aquele pilantra. Trapaceiro, eu poderia dizer que é de propósito. Me deixar um gosto saboroso, mas tão saboroso, quem nem... café.