A SORTE DE SABER O FUTURO.

Sou um clarividente.

Vejo longe, além, e, muitas vezes, o futuro.

Nossa! - dirão os céticos completando:

- Adivinha a Mega?

Isso é um dos erros dos que não nos entendem. Vemos, mas nem sempre é claro. Muitas das visões, como as de Nostradamus e São João em seu Apocalipse precisam de interpretação. Porém, com o avanço da idade e as práticas da meditação minhas visões se refinam e vão ficando cada vez mais claras.

O futuro, no entanto, é caprichoso e não gosta que olhemos para ele.

Ademais, como há o livre-arbítrio, algumas decisões, pessoais e coletivas, vão afetando-o ao passo que deles nos aproximamos. É como procurar ver através de um nevoeiro. Quanto mais perto, mais claros.

Eventos muito distantes podem dar enormes margens de erro, de confusão vindo até mesmo a não serem efetuadas.

Vi, quando na escola, as provas do dia seguinte. Acordava e estudava para as questões que, de fato, caíam. Nesse caso há, em verdade, uma transmissão de pensamento do professor que já havia elaborado as mesmas para a minha mente. Mas o caminho é o mesmo.

Se alguém tem a intenção, no futuro, de fazer algo ou de agir de uma maneira, por vezes, nós ¨sentimos¨ isso e acabamos tendo a ¨visão¨.

Não é no entanto algo glorioso.

Quando vejo, em meu caminho, algo ruim, fico perturbado mesmo antes.

E não posso fazer nada para mudar.

Além disso, descobri que ao tentar mudar os eventos termino provocando-os.

A fatalidade, então, existe?

Não, mas certos eventos já estão no caminho. Como um meteoro com rumo certo que não podemos evitar, pois a rota já é firme.

Desse modo vou vendo o que virá, de modo lúcido, e, como há duas semanas quando vi que um terrível prejuízo adviria sobre minha família, não pude fazer nada.

Agora, se é um dom bom ou um dom neutro, caberá a você decidir!