SPINOZA. DEUS É TUDO. NÃO HÁ COMO CONTESTAR.
“Deus é a própria natureza.” Spinoza.
Há um Deus de certeza. Por quê? Por estar em todas as coisas. Não há como negar. De onde vem nossa emoção, nosso sorriso, nossa lágrima? Do que não se explica, mas é sentido, Deus. Ele é nossa visão da natureza, de sua beleza que deflagra a corrida do rio químico que deságua em nosso coração, e o acelera; sentimento.
Se há causa eficiente para tudo, se é necessário um movimento para existirem movimentos subsequentes, sendo a razão do mundo, Spinoza tem suas razões, ou toda a razão.
A natureza toda é Deus, o movimento antecedente, inicial, Primeiro Movimento, sem o que inexistiriam os consequentes.
Para Spinoza Deus é o homem, o mundo, a Natureza e o Universo, enfim, o movimento, a vida, pura e bela energia, Deus É tudo!
Ganhou com Baruch Spinoza o racionalismo.
Um descortinar de seu tempo, século XVII, visão na frente de seu tempo, contrariando instituições Judaico - Cristãs relativamente à moral e tradições da qual fazia parte.
“A felicidade não é um prêmio da virtude, é a própria virtude.” Spinoza.
Deus em tudo, é tudo, racionalizava Spinoza. O não racional é cego do Deus em “todas as coisas”. Não é politeísmo, mas enxergar a grandeza universal, amplexo da beleza encarnando sutilidades e complexidades. Está sob nossos sentidos ofertada a beleza. Está distinguida para ser passeada, festejada.
Era ainda criança Spinoza quando iniciou seus estudos. O Talmude e o Antigo Testamento da Bíblia foram esgotados por ele em profundidade. Era um largo questionador, e pensador lapidado.
Um Deus isolado do mundo real, tirano e juiz, era segundo suas convicções impossível. Comungo nessa linha perdoado por minha fé na ousadia. Ninguém é pleno no imaterial desconhecido.
Associou-se Spinoza oxigenado pelas grandes visões a uma filosofia epicurista.
Foi perseguido por líderes religiosos de sua época, mas manteve suas posições, embora conclamado para revisão.
Acusado de ateísmo foi sentenciado à excomunhão em 1656. Uma pena cruel para quem se entregou ao rigoroso curso de certa forma diletante da revelação religiosa.
Quem vê e sente Deus em todos os lugares e nas pessoas não pode ser alijado do contrário com decisão tão radical. Mas a Igreja tem seus traços penais vincados de injustas posições em eras priscas.
Ninguém pode negar a Spinoza uma concretude que não se afasta da aceitação do divino que está em todas as coisas e principalmente no Homem Jesus de Nazaré. Spinoza nunca foi um ateu, ao contrário, abrigou verdades supremas que transitam nos escólios de São Tomás apontando existir alma nos animais e em vegetais.
“Viver os prazeres simples“, desapego de riquezas e bens materiais; viver simplesmente, nada de ostentação; comedimento nos prazeres; crescer em reflexão e no conhecimento. Um libelo de correção e independência espiritual.
“Não rir, nem lamentar-se, nem odiar mas compreender.” Spinoza
Ele queria viver livremente, tendo autonomia de vida e pensamento.
Um Deus de liberdade que não nega encaminhamento de tudo que envolve a natureza em sua prodigalidade, beleza e respeito recíproco aos valores humanos.
“O homem livre, no que pensa menos é na morte, e a sua sabedoria é uma meditação, não da morte, mas da vida.” Spinoza