AO DARTAGNAN.O QUE SOU OU PODERIA SER?

Sou o que a vida me destinou; responde-se. E se somos úteis e mesmo exemplos, com ou sem formação burilada, cumprimos nosso ritual de passagem com dignidade e ensinamentos edificantes, ficamos no que dizia Gandhi: “Eu não tenho mensagem, minha mensagem é minha vida”. E se sua vida é voltada para o bem da humanidade, empenhado em melhorar o próximo, sua vida e necessidades, o que importa o resto?

Se essa é a formação, existencial e pródiga em distribuir o bem, galgamos o patamar supremo que nos ensinou o Cristo, “amar o próximo como a si mesmo”, pois quem não ama o próximo não ama nem a si mesmo. Um desastre. Uma calamidade que deixa as pegadas de “como não ser” nesses espaços que vivemos.

Há um gravame em tudo que se inclina para o mal. Não são as penas humanas que fazem expiar! E que mesmo não se cumprem. Tribunais e leis humanas são ineficientes; disso se escapa. Está aí a história.

A passagem é rápida, fica claro que a paz de outros espaços não existirá. Diz a maior obra da humanidade após a bíblia, conheça-se, e estremeça-se, A DIVINA COMÉDIA, de Dante Alighieri, o grande florentino.

Faço o que gosto, sou o que sou e me foi concedido, ou viso o que não me foi destinado pelos céus, embora com largo viver de solidariedade e compreensão social, das gentes e do mundo?

Compro o que me agrada ou necessito, ou consumo e quereria viver como agrada aos outros? Ser cópia do que todo mundo coloca como “do momento”, o melhor para os outros olharem e comentarem que também tenho, bens, formação, seguir a moda. Isso me edificaria mais que minha expressiva edificação, que demonstro em gestos e condutas?

Onde fica minha individualidade? Posso escolher, não sigo manadas, não caio como um dominó, sendo uma das peças do jogo maquiavélico armado pelas teias de uma sociedade superficial. Tenho vontade própria, não sou uma “metamorfose ambulante” do que os outros elegem como “o do momento”.

Os “points”, subjugar nossa vontade à vontade despersonalizada por ser mítica e difusa a “personalidade de todos”, para exibir sem nenhum lacre do individualismo nobre que traz sinalagma, é copismo. Vulgaridades...

Por que ser assim se tanto e muito já me foi concedido?

O quê é diverso do todo? Evidentemente a parte que o compõe. O que não é comum? O que é particular.

O quê é individual? Aquilo que me pertence, em gosto e arbítrio sendo parte de minha volição, de minha vontade, de meu mundo interior, não da vontade do “todo”, dos outros. Acho que é de singelo entendimento.

Mas se o todo agrada à parte, e no todo exerço a individualidade não conduzida, faça-se como o “todo”, sem submissão, no concerto de minha vontade, na lógica com pequenos derivativos possíveis. Não sendo assim funciona mal. Minha individualidade é única.

Não por prazer pessoal muitos possuem o que querem, títulos, bens, mas para que “os outros” vejam e seja objeto de desejo “dos outros”, não para ajudar, trazer utilidade.

É o tal “status” que dirige a sociedade. É razoável? Na medida que guardo sem uso o que outros precisam, ou tenho arquivado ensinamentos que não servem aos outros, não os disponho, tenho e retenho muito mais do que preciso, além de meu desejo pessoal, individual, mesmo de altos preços ou de grandes esforços para haver conhecimentos, sem utilidade, isso de nada vale. Por quê?

Por seguir o que o todo quer ter e eu tenho, e só por isso. Isso é ilegítimo, se invade o que excede retirando de quem não tem o necessário. É um princípio. Ter desejo pessoal de possuir isso ou aquilo é mais que legítimo, sem que sigamos a condução selvagem do consumo, de bens perecíveis ou imateriais como academicismos sem utilidade, cultura e que tais, que encontram berço esplêndido na vontade difusa que talvez nada mais trouxesse do que já se tem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/01/2021
Reeditado em 28/01/2021
Código do texto: T7170968
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