A inspiração que sinto quando lhe toco.

nunca comecei coisas pelo título, mas falar sobre você nunca me foi comum e talvez este seja o motivo das mãos trêmulas e suadas que aqui vagueiam no cosmo que criamos.

se as notas do piano que me tocam entendem-se nos momentos inoportunos, então, não sei ao certo porque respeitar a semântica se nenhum dicionário um dia poderá me dizer

o que esperar de você.

essa caixa vazia que me entregou, com grandes inspirações, me serviu de ponte.

encontrei meu outro eu na borda, prestes a pular.

me agarrei ao chão de vidro vendo a cidade por cima e agradecendo por não ter caído.

não sei se a escolha de músicas foi certa ou se os compassos que faço com os dedos são ritmados da mesma maneira que você.

só sei que teu linguajar vermelho me causa sinestesia pois vejo tuas cores em cada palavra e te escuto em todos os espectros.

se você me vier com ideias qualquer, arrisco a dizer que este é o meu dom.

te escrever, me escrever, te inscrever em tudo. dentro de si, dentro de mim.

querida, inspiração

não sei quem tu és

mas sei que te encontrei nesta manhã de janeiro.