SOMOS TODOS MUITO FRACOS.

Considerou recentemente o Papa sua própria mortalidade, e afirmou seu temor. De seu pedestal de fé máxima confessa sua fraqueza.

Imaginemos nós, caminhantes de um maior e pretenso encontro espiritual que possa talvez neutralizar a morte. Ou este caminhar é mero controle emocional, apegar-se a algo mais forte para subsistir?

O que somos ou seríamos comparado ao Papa, aquele que está envolvido, embora um homem comum, por todas as cercanias que demonstram e provam a presença de Cristo, o Jesus de Nazaré, que prometeu uma outra vida, maior que esta por nós vivida. E vive com força de inigualável amplitude todas essas revelações o Papa.

O Papa está mergulhado, mesmo sem assim pretender, e vive próximo dos dons maiores inspirados em Rafael, Michelangelo, Boticelli, Bernini, e pode sentir a intimidade desses inigualáveis artistas que estão no Museu Pio-Clementino e ter disponível o que a ninguém é permitido, como estar facultado a deleitar-se o tempo que quiser e a qualquer momento com as nove cenas do livro do Gênesis do “Último Julgamento”. Fora o imenso universo sacro e renascentista do Vaticano em seus museus e da Igreja como instituição.

Pode não parecer nada, mas não é pouco essa liberdade em extasiar-se com obras que não podem ser momentos de uma história pura e simples, mas acima de tudo dom concedido para alcançar de outra forma espaços não permitidos à inteligência, como fizeram esses máximos artistas sacros e tantos outros, e por isso exclusivos, e dificilmente de mesma excelência existirá em futuras obras semelhantes. Esse contato acrescido da imponente envergadura intelectual, humana e espiritual do Papa, forte por estar sedimentada em sua simplicidade monástica, não exclui a sua fragilidade humana. Imagine-se a nossa.

Disse ele: “Uma de minhas neuroses é ser muito apegado à vida”.

Perguntado sobre sua grande popularidade disse ficar um pouco assustado com isso, mas agradecia a generosidade do povo e de Deus, e que não esperava viver mais de dois anos, e que se não tivesse saúde para continuar faria o que fez o Papa Bento, e que agora há precedente institucional. O Papa vive o mesmo temor que qualquer homem comum, o Vigário de Cristo.

E acrescentou: “Internamente tento pensar em meus pecados e meus erros para não ficar orgulhoso, pois sei que isso não vai durar muito, mais dois ou três anos, e então (seguirei) para a Casa do Pai.

A fragilidade humana é gigantesca, mas não impede a caminhada.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/01/2021
Código do texto: T7169884
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