Lado azul.
ponto vírgula e ponto.
vezes em que a corda se manteve estendida.
e que pensamento ruim o de entender.
se os lados azuis começam em regiões que ninguém nunca foi, me pergunto quantas vezes te fiz metáforas que você nem quis entender.
cantos que se cantam e encantam quando se tem a estratégia de vidas vizinhas.
não moro do lado da tua mas sinto o teu pranto todas as vezes que escuto essa.
não entender os enigmas, acho que é disso que se vive o incompreendido.
como a pausa que você faz em cada casa que passa e as ondas que te levam nunca te trazem.
sinto falta do teu gosto salgado e teu jeito de quem sabe o que fazer com as mãos.
das tuas andanças pra escuridão porque você sempre lidou melhor com aquilo que não se vê do que com aqueles que estão ali para você.
nem tudo é culpa deles.
nem tudo é culpa sua.
nem tudo é culpa.
pausa.
respire fundo enquanto te conto agora os amores desmanchados no seu tapete de mil fios.
aquele que veio direto da Índia e que você mantêm como um filho do lado da escrivaninha onde me escreveu suas histórias, onde curvou suas costas pra fechar seus olhos e me contar as vezes que tua voz se perdeu na multidão porque parágrafos sem pontuação te causam falta de ar e esse te estico e dedico para que você precise me olhar e respirar.
de volta ao lado azul.