"Apelidos"...
É muito bom quando alguém nos chama pelo nosso verdadeiro nome. Mas dificilmente escapamos de um apelido. Às vezes até gostamos, é carinhoso e, por vezes, está bem relacionado com nosso jeito de ser. Rememorando, em outros tempos, usavam muito apelidar as pessoas conforme eram vistos seus defeitos físicos e suas diferentes deficiências... Hoje, um pouco mais amenos, em virtude de não ser politicamente correto e ainda pela possibilidade de que a pessoa possa ser legalmente punida em razão disso. Vendo sob este prisma, mais conscientização, felizmente...
No entanto, penso: quando nascemos, já estamos meio que entrelaçados aos nossos verdadeiros nomes. Nem sempre é o que as pessoas gostariam que fosse. Mas alguém, em algum momento, e por alguma razão, justifica a efetuada escolha.
Algumas pessoas, no decorrer de sua vida, até mudam para outro, considerando ser mais relevante aos seus propósitos, sejam eles quais forem... Profissional, artístico, ou porque não se identificam com o original. Simplesmente isso! Acho justo. É um direito que todo cidadão tem.
Eu, pessoalmente, amo meu nome, acredito que minha mãe fez uma boa escolha. Segundo ela, foi em virtude de que gostava muito de uma amiga e, em sua homenagem, me identificou com esse nome. Aprecio quando alguém lembra do meu nome e me chama por ele. Sinto estar sendo reconhecida pelo que sou: Minha identidade. E não pelo que as pessoas me veem externamente.
Por mais que os nomes sejam repetidos, para quem gosta do seu é especial ouvi-lo. Em algumas situações, sentimo-nos até importantes quando nos reconhecem identificando-nos pelo nosso nome.
E você? Como reage, ou reagiu quando foi apelidado? O que fez? Ou faria se alguém lhe desse um apelido que muito lhe desagrada? Ou, ao contrário?
Como as pessoas lidam com essa situação?
“Gadeiuda”, não penteava os cabelos; “manca”, mancava, passou por uma doença na infância; “quatro olhos”, usava óculos com lentes grossas; “dentuça”, tinha os dentes disformes; “nhunha”, silenciosa, acanhada;
“papa defunto”, vivia em velórios, “pisca”; ele piscava demais; “gambá”, não tomava banho; “periquito”, falava bastante; “lagarto”, adorava comer ovos; “cafuringa”, comportava-se como o jogador; “paciência”, devagar; “descochado”, meio manco; “barriga de bicho”, comia demais; “barriga mole”, tinha a barriga caída; “corvo”, magro, comprido e chutava os amigos; “sapeca”, espertalhão; “tratorzinho”, baixo e difícil de ser parado; “bujão”, baixo e forte; “moleza”, tinha preguiça de levantar até os olhos; “soneca”, dormia na aula; “jacaré”, rosto de jacaré... E assim por diante...
Na grande maioria desses apelidos nós conhecemos essas pessoas. E nenhuma delas gostava quando eram chamadas assim, pois ressaltava alguma de suas deficiências naturais que nem mesmo elas tinham noção que chamava tanta a atenção para fossem nominadas assim. Provavelmente no decorrer dos tempos, foram amenizados e naturalmente, com a maturidade e a devida ajuda orientada por pessoas mais sensíveis e perceptivas, as ajudaram para se desvencilharem destes inadequados e não justificáveis apelidos.
Como sabemos em alguns casos, isso é muito comum em qualquer âmbito da sociedade em que vivemos. No entanto, podemos melhorar um pouco e tentar mudar essa cultura. Pois inúmeras vezes, são um tanto agressivos e até nos prejudicam profissionalmente e em nossas vidas pessoais.
Penso que não seja aprazível quando despersonaliza a identidade real da pessoa. E também muito triste para quem recebe um apelido, anulando o seu verdadeiro nome.
Acredito não ser favorável que nos identifiquem por aquilo que menos gostamos em nós. Queremos ser o que somos, chamando-nos pelos nossos verdadeiros nomes. Sendo ou não, aquilo que esperam de nós. Apenas para o que viemos.
Ninguém é perfeito, estamos aqui para evoluir e permanentemente precisamos uns dos outros, independentemente das nossas aparências, comportamentos, ações... Fazemos e somos conforme viemos e sabemos. Necessário buscar, conhecer, reciclar, refletir, tentar mudar para melhor de acordo com aquilo que vemos não ser o ideal para o um convívio em paz na sociedade. Nada impede de sermos o que somos com nossa real identidade, nosso ser, nosso verdadeiro nome. Se não gostamos dos apelidos, vamos repetir, repetir, repetir... Eu me chamo...
No universo, infinitas possibilidades. Ensinar e aprender faz parte da evolução
Ouvir seu próprio nome é lindo! Seja ele qual for, nossa referência, respeito, carinho. É seu, é sua identidade....
Texto; Miriam Carmignan
Imagem Google
No entanto, penso: quando nascemos, já estamos meio que entrelaçados aos nossos verdadeiros nomes. Nem sempre é o que as pessoas gostariam que fosse. Mas alguém, em algum momento, e por alguma razão, justifica a efetuada escolha.
Algumas pessoas, no decorrer de sua vida, até mudam para outro, considerando ser mais relevante aos seus propósitos, sejam eles quais forem... Profissional, artístico, ou porque não se identificam com o original. Simplesmente isso! Acho justo. É um direito que todo cidadão tem.
Eu, pessoalmente, amo meu nome, acredito que minha mãe fez uma boa escolha. Segundo ela, foi em virtude de que gostava muito de uma amiga e, em sua homenagem, me identificou com esse nome. Aprecio quando alguém lembra do meu nome e me chama por ele. Sinto estar sendo reconhecida pelo que sou: Minha identidade. E não pelo que as pessoas me veem externamente.
Por mais que os nomes sejam repetidos, para quem gosta do seu é especial ouvi-lo. Em algumas situações, sentimo-nos até importantes quando nos reconhecem identificando-nos pelo nosso nome.
E você? Como reage, ou reagiu quando foi apelidado? O que fez? Ou faria se alguém lhe desse um apelido que muito lhe desagrada? Ou, ao contrário?
Como as pessoas lidam com essa situação?
“Gadeiuda”, não penteava os cabelos; “manca”, mancava, passou por uma doença na infância; “quatro olhos”, usava óculos com lentes grossas; “dentuça”, tinha os dentes disformes; “nhunha”, silenciosa, acanhada;
“papa defunto”, vivia em velórios, “pisca”; ele piscava demais; “gambá”, não tomava banho; “periquito”, falava bastante; “lagarto”, adorava comer ovos; “cafuringa”, comportava-se como o jogador; “paciência”, devagar; “descochado”, meio manco; “barriga de bicho”, comia demais; “barriga mole”, tinha a barriga caída; “corvo”, magro, comprido e chutava os amigos; “sapeca”, espertalhão; “tratorzinho”, baixo e difícil de ser parado; “bujão”, baixo e forte; “moleza”, tinha preguiça de levantar até os olhos; “soneca”, dormia na aula; “jacaré”, rosto de jacaré... E assim por diante...
Na grande maioria desses apelidos nós conhecemos essas pessoas. E nenhuma delas gostava quando eram chamadas assim, pois ressaltava alguma de suas deficiências naturais que nem mesmo elas tinham noção que chamava tanta a atenção para fossem nominadas assim. Provavelmente no decorrer dos tempos, foram amenizados e naturalmente, com a maturidade e a devida ajuda orientada por pessoas mais sensíveis e perceptivas, as ajudaram para se desvencilharem destes inadequados e não justificáveis apelidos.
Como sabemos em alguns casos, isso é muito comum em qualquer âmbito da sociedade em que vivemos. No entanto, podemos melhorar um pouco e tentar mudar essa cultura. Pois inúmeras vezes, são um tanto agressivos e até nos prejudicam profissionalmente e em nossas vidas pessoais.
Penso que não seja aprazível quando despersonaliza a identidade real da pessoa. E também muito triste para quem recebe um apelido, anulando o seu verdadeiro nome.
Acredito não ser favorável que nos identifiquem por aquilo que menos gostamos em nós. Queremos ser o que somos, chamando-nos pelos nossos verdadeiros nomes. Sendo ou não, aquilo que esperam de nós. Apenas para o que viemos.
Ninguém é perfeito, estamos aqui para evoluir e permanentemente precisamos uns dos outros, independentemente das nossas aparências, comportamentos, ações... Fazemos e somos conforme viemos e sabemos. Necessário buscar, conhecer, reciclar, refletir, tentar mudar para melhor de acordo com aquilo que vemos não ser o ideal para o um convívio em paz na sociedade. Nada impede de sermos o que somos com nossa real identidade, nosso ser, nosso verdadeiro nome. Se não gostamos dos apelidos, vamos repetir, repetir, repetir... Eu me chamo...
No universo, infinitas possibilidades. Ensinar e aprender faz parte da evolução
Ouvir seu próprio nome é lindo! Seja ele qual for, nossa referência, respeito, carinho. É seu, é sua identidade....
Texto; Miriam Carmignan
Imagem Google