"'MININO' GOSTA 'MERMO' É DE SER CRIANÇA"
"'MININO' GOSTA 'MERMO' É DE SER CRIANÇA"
Manoel Belarmino
Um dia desses, ainda no verão, eu estou ali num bar de esquina do Bairro São José, em Poço Redondo. No Bar do Giba, para ser mais preciso. Um bar pequeno, mas de várias portas abertas na frente e de lado para o vento circular e diminuir o calor daquele janeiro quente e bafado. No som do bar, ouve -se, dentre outras, as músicas do arquiteto e "filósofo" cearense Marcondes Falcão Maia, o Falcão. Calor, tempo abafado, músicas de Falcão... meninos e meninas pinotando, correndo e brincando nas ruas do Bairro São José. Nada estranho. Tudo normal. Essa é a normalidade das ruas do Bairro. Gente simples, casas simples, tudo simples; sem a frescura da etiqueta e do protocolo. Sem o padrão imposto pelos de cima. Ser pobre sem frescura é uma nobreza.
Entre uma música e outra de Falcão, aí me aparece uma música do "filósofo" e cantor que diz: "está cada vez mais difícil ser menino". E depois diz: " se eu fosse você usava fraldas e comia mingau", porque "menino gosta mesmo é de ser criança".
Observando cada detalhe do ambiente, percebo que ser criança nas ruas simples das cidades do sertão é viver a felicidade sem limites.