Somos uns e outros
Somos seres sociais, vivemos em sociedade, interagindo todo o tempo. Funcionamos dentro de um arcabouço de regras, criadas milênios antes de nossos nascimentos que nos legitima e deslegitima.
Sendo seres sociais, nos construímos muito a partir da leitura que de nós fazem as pessoas de nossos afetos, que por sua vez, vêem suas opiniões referendadas dentro dessa estrutura afetiva ancestral. Na mediação entre o sujeito e o contexto sócio-histórico no qual ele vive, ao mudar esse contexto, ele também se muda. Mudar algo em um contexto, é fundamentalmente, mudar-se.
Escreveu Sartre, o existencialista.
"O Inferno são os outros"
Eu diria que são o inferno e são o paraíso, representam o edifício afetivo positivo, que me é mais preciso.
Freud escreveu que a neurose constitui-se em nossas esferas relacionais.
Assim, a outra/o outro, determinam em larga escala, o sujeito que sou.
A roupa que visto, a água de coco que bebo, o alimento que consumo, a lembrança que me faz chorar ou sorrir, são elaboradas pela outra, pelo outro.
Barthes.