A SUBLIME SIMPLICIDADE
Mais uma vez entendo como é complicado enxergar a simplicidade nas pequenas coisas do nosso dia a dia. Viver exige compaixão de entendimento. Poucos compreendem a verdadeira emoção da descoberta eficaz que emana da simplicidade. Por outro lado, temos tanto tempo para nos descobrir criadores da nossa própria sorte, e no final, abraçamos nosso azar como empreendimento.
Somos empreendedores natos. A graça surge quando nossa noção resvala na nitidez oriunda das mentiras cotidianas. Exigir de nós mesmos os fatos seria uma morte terrível. Não pretendemos adiantar nosso descanso eterno, pretendemos? Acho bem difícil alguém ser surpreendente demais para se aprofundar nas inundações emocionais e se deixar ir.
Para poucos delírios há desintoxicação de alma. E nem almas resolvidas costumam desenvolver antídotos contra a toxicidade, creio eu, pela intensa relação entre a natureza. A natureza exalta as melhores partes da humanidade, e sendo assim, fluir a toxina compreende acordo feito entre o homem e Deus. Faz parte deprimente de alguns, mas é o sabor da liberdade a outros. O fardo de ser simples é a cota inexata do êxtase.
Só nos encontramos quando descobrimos essa tal simplória forma de pagamento dos carmas. O veneno é viver estando morto de coração, alma, e consciência. Creio que estejamos imaturos, distantes da simplicidade real. Muitos parecem ser simples, mas não são. Outros aparentam dilúvios internos represados ao gosto de ser quem nunca serão. Numa redescoberta de nós mesmos, talvez possamos mergulhar no inexistente.