Hora da Faxina
Você tem o costume de, ao menos uma vez ao ano, olhar em seu guarda-roupa e separar as roupas que já não usa mais, seja porque já não te servem, ou porque estão muito velhas, ou por qualquer outro motivo? E em seu coração?
Essa semana, enquanto organizava meu guarda-roupa, reparei em quantas roupas estavam lá e que nunca haviam sido usadas, ou foram usadas apenas 1 vez. Roupas compradas no calor do momento, ou por influência de alguém, mas que não me representam, roupas nas quais não me vejo, com as quis não me sinto confortável. Encontrei também muitas roupas que já não me servem mais, que ficam pequenas, ou apertadas. Algumas roupas me trazem boas lembranças, mas já estão velhas, rasgadas, e não têm utilidade.
Contemplar esse cenário em meu guarda-roupa me fez refletir sobre a vida.
Assim como faxinamos nosso guarda-roupa, tirando de lá coisas sem uso para abrir espaço para novas coisas, devemos também faxinar nosso coração e nossa vida. Tirar de dentro de nós as coisas sem utilidade, abrindo espaço para novas coisas, melhores, chegarem.
Quantos sentimentos mantemos em nosso coração que não são importantes, que não têm utilidade? Mágoas antigas, que às vezes já nem lembramos o motivo. Birras. Sentimentos de culpa. Medos. Arrependimentos. Vaidades. Orgulho. Egoísmo...
Quantas vezes nos mantemos em situações, relações, lugares, que já não nos servem mais, ou que nunca nos serviram, que apenas mantemos para agradar aos outros ou por medo de mudar?
Às vezes, se desapegar de uma roupa é difícil, não é mesmo? Ela traz lembranças, gostamos da cor… mas não serve mais, ou já está toda rasgada, velha. Ela está ali, só ocupando espaço. E aí, temos opções: a doamos, e deixamos seguir seu caminho; a reformamos e/ou a transformamos em outra coisa útil.
O mesmo vale para os sentimentos e situações em nossas vidas. O que não podemos é deixar ali, aquele monte de coisas ocupando espaço em nossa vida e em nosso coração sem utilidade. Precisamos tomar uma atitude: deixar ir, concertar, ou transformar.