UM PASSEIO INESQUECÍVEL
A tarde estava tão linda quando resolvi dar um passeio pela cidade, logo na saída de casa encontrei a FELICIDADE, o que me deixou encantado, já não estava sozinho. Bem vestida ela me cumprimentou e nos lembramos dos velhos anos quando nos conhecemos, lá nos idos anos sessenta, foi uma gostosura. Ela resolveu curtir junto comigo e começamos a caminhar sem rumo. Minutos depois cruzamos com a ALEGRIA, uma também conhecida nossa do mesmo tempo. Como ela não tinha nada para fazer e surgiu de repente, decidiu topar sair conosco, agora éramos três amigos para uma boa diversão regada a um bom papo.
Resolvemos sentar um pouco numa praça depois de andarmos um pouco, a conversa estava cada vez mais emocionante quando parou diante de nós o PRAZER, aquele rapaz elegante que foi nosso parceiro durante a nossa jornada naqueles anos de ouro, com ele estava a JUVENTUDE, essa linda garota que nos envolvia quando estávamos nos bailes dançando e tomando cerveja. Nos abraçamos efusivamente, nossas almas foram invadidas por um sentimento gostoso e indescritível, eu nunca havia sentido isso desde que a idade começou a me fazer avançar no tempo. Mas eu estava me sentindo bem a partir dessa tarde maravilhosa, principalmente por ter encontrado esses velhos amigos, nós formamos uma história de sonhos e que nada vai me fazer esquecer.
Deixamos a praça, éramos agora cinco amigos inseparáveis, tínhamos muito para conversarmos, EU, a FELICIDADE, a ALEGRIA, o PRAZER e a JUVENTUDE, não podíamos perder tempo, saímos em busca de outras paragens. Paramos num barzinho onde resolvemos tomar um lanche, a tarde findava e os últimos raios de sol já se preparavam para enfraquecerem e deitar-se no horizonte. O lanche foi servido e dali saímos satisfeitos.
Enfim a noite chegou e trouxe com ela um luar brilhante, nos empolgamos e esquecemos da hora, estávamos extasiados de tantas lembranças do nosso passado que nem percemos que alguém se aproximava sorrateiramente. Era a TRISTEZA, que graças a Deus não deu tempo de nos ver, pois nos escondemos por trás de uns arbustros e deixamos ela passar, pois não seria bem vinda ao nosso convívio, ela que com certeza em alguns momentos de nossas vidas nos causou alguns sofrimentos e isso ninguém esquece. Não seria agora que íamos querer conversa com ela, portanto deixamos ela passar sem nos importunar, que procure alguém apropriado para fazer sofrer, não nós.
Fomos para a beira da praia, lá tinha um barzinho com música ao vivo, justamente as músicas que gostávamos de ouvir no nosso tempo passado. Nesse local quando estávamos sorvendo uma geladíssima cerveja, eis quem surge, a SURPRESA, que trazia embaixo do braço um violão. Elegante e trajando um longo vestido vermelho começou a entoar uma bela canção international que fez até a música do barzinho parar de tocar. Todos começaram a aplaudí-la mesmo antes de terminar de cantar. Outras músicas deram seqüência a nossa festinha especial, tínhamos agora mais um membro do passado a nos prestigiar. A ALEGRIA estava tão entusiasmada que abraçou a FELICIDADE e começaram a dançar, o PRAZER e a JUVENTUDE formavam um belo par e também passaram a dançar. Só restou a SURPRESA que se vendo sozinha chegou bem perto de mim e começou a cantar baixinho no meu ouvido, isso me causou uma sensação deliciosa, cheguei a sentir o seu perfume envolvente. De repente ela me abraçou e iniciamos uma dança, agora ao som da vitrola do barzinho que retornou com suas belas canções que sempre nos cativaram. Estava EU em êxtase abraçado com a SURPRESA, numa dança de rosto colado, quando de repente senti um toque no meu ombro, tentei não dar atenção para não perder o pique daquele momento mágico, mas a insistência do toque me tirou do sério. Quando olhei para trás sabe quem era? A TRISTEZA que sorria para mim! Perdi todo o rebolado, o perfume da SURPRESA não mais senti e, pior ainda, ela não estava mais do meu lado. Procurei os outros antigos amigos, nenhum estava mais alí. Todos sumiram. Em cima da mesa estava uma garrafa de cerveja e um copo, tomei um gole, já não estava gelada. Olhei novamente de lado, EU estava realmente só, ainda bem que a TRISTEZA não estava mais alí, ela também sumiu. Voltei um pouco decepcionado para casa.