Cansada e Progressista

Estava analisando como começar essa crônica falando sobre o cansaço anterior a datas importantes, mas não há outro jeito que não seja escancarar o cansaço que antecede momentos importantes.

Semelhante a esse começo de crônica, não existe outro caminho para o cansaço: não há outra direção, apenas esperar a data importante chegar tentando manter a sanidade e descansar o quanto puder.

Essa é a crônica de caráter confidencial que nunca quis fazer. Não quis porque é piegas. Por que é piegas? Porque parece que quero que o leitor diga exatamente o que já sei: que o cansaço passa quando a responsabilidade for cumprida.

Faço logo do meu recanto um diário e digo: estou feliz, estou cansada e estou com medo dos dias que decidem meu futuro profissional. Não decidem só isso, decidem o começo de um sonho. Logo, o medo é explicado, a desconfiança também, mas até a racionalidade treme quando pensa que é um futuro em jogo. Não aquele jogo que lanço um dado e espero cair uma face, mas aquele jogo que sei exatamente o que tenho que fazer para ganhar e ainda assim tremo.

Para compensar os dias que antecedem a dádiva de cumprir uma grande tarefa, só o alívio de cumpri-la. Esse alívio não muda nada, o que importa mesmo é conseguir, mas só se consegue alguma coisa quando a cumpre, nesse caso, cumpri-la é aliviante!

Já que fiz uma crônica confessional e fiz de mim (dizer "mim" já demonstra uma certa decadência no cansaço) uma cronista fajuta para falar de dias importantes, vou aproveitar e complementar esse diário: há uma ferida na boca causada pelo aparelho- esse que gente jovem se orgulha de usar-, e o ferimento dói, mas não dói mais que pensar que estou cansada e com medo de não realizar meus sonhos, porém, feliz em ter a oportunidade de realizá-los.

Eu nem sei como comecei e, aqueles que já lêem o que escrevo há um bom tempo, sabem que odeio terminar textos. Não há sentido em terminar algo que não se encerrou de fato, mas vou tentar: eu, euzinha quero sentir o alívio, mas, sobretudo, quero realizar meus sonhos! Se isso não for o suficiente para terminar essa crônica, saibam que nunca prometi fazer uma página de diário interior cansada.