Takayama

Takayama é um local deslumbrante. A cidade é pequena e bem organizada, com plantações entre as casas e as florestas nas cercanias bem conservadas e cuidadas. O povo é bem educado e gentil, aliás, isso é coisa que precisamos aprender com eles, como cuidar dos turistas e os incentivar a que voltem ao nosso convívio. Hoje eu procurei alguma coisa para comer em um supermercado, perguntei com o meu inglês fajuto e a moça muito solicita, procurou me ajudar da forma como dava, sem perder a paciência. No fim conseguimos chegar a um acordo.

A experiência aqui é maravilhosa. Nós somos um grupo grande de pessoas do Brasil, passeando por aqui, talvez por isso esteja sendo mais fácil. Temos no meio de nós brasileiros de origem japonesa, que versam o idioma e vez por outra nos socorrem, mas quando estamos sós, como no caso acima, precisamos nos relacionar por nossa conta e risco. Sim, nós brasileiros somos sem igual no atendimento aos estrangeiros, mas nas nossas empresas, hotéis e restaurantes temos poucas pessoas realmente voltadas para o turismo como eles.

O cliente aqui vale ouro e é também muito importante ressaltar que poucas vezes eu vi qualquer desentendimento entre as pessoas na cidade, seja no trânsito ou em qualquer outro lugar. Eles são sempre cordatos e amistosos. Acredito eu que isso é conseqüência do frio. No frio a dependência uns dos outros é muito mais forte do que em lugares mais quentes, então as pessoas precisam ser mais amigas, por que as suas vidas dependem muito dos seus relacionamentos pessoais na cidade onde moram, pois podem ficar sem ajuda de amigos.

Mas nós podemos tirar disso uma lição. Nós somos seres interdependentes, assim, dependemos uns dos outros para viver. Como gosto de falar, desconhecemos a nossa origem, viemos para o mundo sem querer, desconhecemos o nosso destino e a nossa ora de partida para a nossa pátria espiritual. Assim, quanto melhor for a nossa relação com as outras pessoas, melhor será com certeza o nosso percurso no após vida física. E aqui, no Japão, vive-se a vida realmente voltada para a consciência espiritual, na certeza de que Deus está aí.