PODE TUDO ESTA LITERATURA
ESCREVO no estado líquido, no gasoso e no sólido, aqui e acolá, alí, onde Judas perdeu as botas, e eu também; no ar, na água e na terra, no fogo, altas temperaturas, histórias calorosas sobre nosso planeta e sua gente, e as outras.
ESCREVO de dia e de noite, madrugada a dentro, e lá fora também.
ESCREVO só ou acompanhado, no claro ou no escuro, em cima ou em baixo, certo ou errado, vestido ou nu, só o corpo presenciando a mente lapidar, trabalhando estas palavras que ainda não foram lidas, ou resgatadas.
LIMPO ou sujo, sóbrio ou não, faça chuva ou faça sol, neste céu que nos cobre, ou no outro, se houver, escrevo ou reescrevo?
ESCREVO no norte ou no sul, no leste ou no oeste, ligado ou desligado, desconectado, insubordinado, estacionado, concretamente, estou vendo, ponto.
PODE TUDO ESTA LITERATURA.
ESCREVO sob todos os signos, todos os sistemas, todos os ritmos, todos os sentidos, e os arrempedidos, os que piscam no céu, traduzindo, lá de cima, estas realidades e muitas outras.
ESCREVER me leva para qualquer lugar, daqui até o infinito, pelo menos até onde desconheço, estes lugares além da imaginação, pura fantasia da mente em transe, em trânsito?
ESCREVER me leva para onde eu quiser ir, me transporta, me transforma.
ESCREVER transmuta, transcende, estica, estimula, fortifica e também é vitamina, é substância, clorofila, é flor e fruto.
ESCREVER me torna mais sutil, vaporoso, invisível, incrível, PODE TUDO ESTA LITERATURA.
HOJE é o dia propício para escrever, de novo, e o sonho criando outros mundos, em outras dimensões, outras versões e outros verões, que nunca esquecerei.
O SONHO é uma ideia que alimenta a alma.
ENTÃO, sonhando, escrevo.
ESCREVENDO, sonho?
SIM! Tudo pode esta literatura que eu amo!