Tango triste
Preparo o livro "Segurança no Trabalho, um jeito novo de viver" (https://amzn.to/2MceQVS) com calma, como nunca preparei outros. Não sigo uma linha de pensamento, de raciocínio, uma rota pré-definida; sigo pensamentos, rotas alternativas.
Conforme defini no início do livro, em uma espécie de subtítulo, são Histórias soltas. Segurança no Trabalho é o tema, mas, Segurança no Trabalho remete à preservação da Vida. Então, em um apanhado maior, o tema é a Vida e, por vezes, o que até entrega a cronologia / cronografia do preparo do livro – que é nenhuma – não me contenho e, pego de surpresa, sou arrastado pelo cotidiano. Enquanto escrevo recebo, concomitantemente com o mundo, claro, a notícia que Maradona morreu. Tristeza!
Redundante. Como falar de Maradona sem pensar em tristeza? Menino pobre da periferia de Buenos Aires (conheci até muito bem Buenos Aires e seus arredores. Estive na Argentina diversas vezes a trabalho; à frente, vou falar mais sobre isso), lugares sombrios como em qualquer canto do mundo onde a pobreza prevalece. Arredondou a bola e esta o impulsionou aos ares, o afastou da miséria, mas não foi o suficiente.
Diego esteve ente os maiores. Brilhou intensamente. Amado e temido foi a mais pura vertente do craque: até os torcedores adversários que morriam de medo dele, adoravam vê-lo jogar. Mas, enquanto iluminava a alma argentina, Maradona mergulhava no inferno. A miséria ainda estava ali, provavelmente em algo que o cerceava, talvez não pessoas, provavelmente não pessoas, que se necessário fosse ele as driblaria, mas sentimentos controversos.
Consigo mesmo, Maradona dançava um tango triste e a nota final foi um dó de lamento.