JUVENTUDE DOS TEMPOS MODERNOS

Outro dia, eu estava lendo sobre a geração nem-nem, nem estuda nem trabalha. Eu incluiria mais um “nem”, nem faz nada útil. Generalizando, eu disse generalizando, boa parte, repetindo boa parte, da geração atual não sabe de onde veio nem para onde vai. Faltam perspectivas de vida e estruturação familiar. No Brasil, generalizando mais uma vez, temos uma juventude preguiçosa, folgada, fresca, chata, ignorante, sem limites, sem respeito, sem noção, sem cultura, que não gosta de nada, que não pode se frustrar, que se magoa até com o vento e vitimista.

Por outro lado, temos famílias completamente desestruturadas, o que contribui com a decadência da classe que dizem que é o futuro de uma nação. Por aqui também o vitimismo impera. O pai que cria os filhos sozinho reclama.

– A mãe só fez parir, me entregou e se mandou com outro homem: eu já disse que se ele não se comportar, eu vou entregar para ela se virar.

– Primeiro que ela não fez sozinha. Segundo que se o filho está sob sua responsabilidade, o senhor tem se impor. Não peça. Mande!

A mãe que cria os filhos sozinha também reclama.

– Eu me viro sozinha porque o pai não presta, ninguém sabe por onde anda. Eu não sei o que fazer com esse menino.

– Sabe sim, só não se coloca no seu lugar. Outra coisa, se você se deitou com qualquer um, o problema é seu. Se o filho está com você, a educação dele é por sua conta.

A avó reclama dos netos desobedientes que cria.

– Minha filha é muito nova... Eu peguei o menino para criar.

– Meu filho engravidou a menina e como é irresponsável, eu fiquei com a bebê para cuidar.

– A senhora está reclamando de quê? Quem pariu Mateus que o balance. Pegou neto para criar, não é só dar comida, tem que dar limites também. Agora aguente!

Fora outros casos que fazem vergonha contar.

– Meu filho fica até as 2 horas da manhã no celular...

– Por acaso, o senhor manda na sua casa?

– Minha filha não lava o prato que come, para não quebrar as unhas.

– Minha senhora, que bom que ela se domina e tem uma empregada que chama de mãe.

– Eu não queria, mas coloquei meu filho na escola pela tarde, pois ele não acorda cedo. Fica até tarde da noite jogando.

– Eu fico emocionado com essas situações. Ainda bem que ele se domina, vivendo às suas custas.

- Todo dia é uma confusão para minha filha se levantar. Dorme até as 10 da manhã.

– É mesmo? Jogue água na cama, tonta!

– Meu filho não me deixa assistir nem o jornal. Assisti desenho o tempo todo. Se eu mudar canal, ele começa a chorar.

– Rapaz, isso aí é falta de limites. Mude de canal e pronto. Se ele chorar, sabe a fita adesiva...?

Muitos dos pais de hoje se esqueceram da forma como foram criados e só faltam apanhar dos filhos. O que é isso? Todo mundo quer viver em um mundo melhor. Mas o que estamos fazendo para tornar o mundo melhor?

Não importa se a mãe abandonou e foi para as profundezas, não importa se o pai deu no pé para o Diabo que o Carregue do Norte. O que importa é que se você está criando, a responsabilidade é sua! Pare de se fazer de pobre coitado(a) e assuma a responsabilidade. A gente não aguenta mais tanta lamúria, tanta desculpa esfarrapada e vitimista para justificar a péssima criação dos filhos. E o resultado está aí.

Mas graças aos deuses, ainda há famílias em que os chefes conseguem educar seus filhos como se deve e com isso garantir que nem tudo está perdido no que se refere ao futuro da nação.

Evaí Oliveira
Enviado por Evaí Oliveira em 09/01/2021
Código do texto: T7156020
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