O PESO DO PIANO
A pressão psicológica determinadas de funções sobre quem as exerce, tem efeito direto na sua resistência e saúde mental e, a medida que aumenta pode ficar insuportável a ponto de comprometer sua sanidade. Ao assumir a presidência da república, no Brasil, qualquer presidente enfrenta desde a posse, os desafios inerentes à função (atender aos anseios do povo nos quesitos educação, segurança, empregos. Realizar obras de infraestrutura que impliquem em melhorias para a população gerir as contas do país, cuidar das relações internas, e internacionais), Isto já pesa sobre seus ombros como carregar um piano numa subida. Claro, que não conseguirá fazê-lo sozinho. Dependerá da ajuda de sua equipe, ministros, diretores de estatais e funcionalismo público. Precisará da colaboração dos governadores, prefeitos, e ainda agir em consonância com as duas casas legislativas, e o poder judiciário conforme exige a democracia. O piano já é muito pesado quando todos trabalham com o mesmo objetivo e com os interesses afinados com o desenvolvimento do País e o bem estar de seu povo. Mas o peso vai aumentando a partir dos primeiros dias de governo, pois o que vê na prática é cada um atravessando o ritmo à sua própria maneira. O presidente começa a sofrer pressões de todos os lados, Todos vão aos poucos mostrando as garras da ambição econômica e política e passam fazer verdadeiros conluios para sabotar o governo e impedir por ciúmes ou revanchismo, que o presidente, seja ele quem for, venha a ter sucesso. Muitos extrapolam os limites das próprias funções, invadindo deliberadamente a seara uns dos outros, criando um pandemônio administrativo. Legisladores querendo mandar no executivo, a Corte suprema querendo legislar, no final o presidente enfraquecido vai se curvando, se quiser governar, às vontades das hienas que o cercam. Caso contrário, vira refém do absurdo, e pouco pode fazer, vendo seus poderes reduzidos aos da rainha da Inglaterra. Tem ainda que enfrentar grande parte dos meios de comunicação que abrem mão da pretendida isenção e fidelidade aos fatos e passa a integrar o boicote às ações e intenções do governo, sendo muitas vezes porta-voz de grandes grupos políticos e econômicos, passam a favorecer àqueles que no futuro garantam seus polpudos contratos de propaganda oficial. Assim sendo, a imprensa atrai para si funções de um quarto poder. É um trança trança de interesses contraditórios e divergentes, simplesmente impossível de serem atendidos, e isto leva a uma progressiva paralisia do governo. Cada um que tem algum interesse contrariado, vai colocando suas mágoas e ressentimentos em cima do piano, e vai aumentando seu peso até que o presidente se renda, precisando de ajuda a qualquer preço sob pena de não completar a tarefa. Disso se aproveita a parte podre de todos os poderes, que passa a cobrar em troca, famoso toma lá dá cá, as negociatas. O presidente Bolsonaro tendo assumido a presidência democraticamente, com o compromisso de mudar o asqueroso jeito de fazer política no Brasil, mantendo cada um no seu quadrado, e combatendo a corrupção, e o poder paralelo da imprensa, precisa agir rápido e não permitir que o círculo se feche ao seu redor e volte tudo ao que era antes. Ele tem resistido bravamente, mas sabe que já começou a entregar os anéis, para não perder os dedos. A parte da população que o elegeu espera que ele não só resista, como recupere o que já perdeu de seus poderes presidenciais, e redirecione seu governo para seus planos originais. Nem que para isso tenha que dar uma guinada radical.

AVP-06-01-2021
Al Primo
Enviado por Al Primo em 08/01/2021
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