TERRORISMO GENÉTICO (O Terrorista Sou Eu)???
TERRORISMO GENÉTICO (O Terrorista Sou Eu)???
QUEM HÁ DE NEGAR que as novas gerações se não perderam totalmente, estão a perder, gradualmente, o tesão pelo sexo dito oposto??? O sexo, dito oposto não é mais tão oposto nem atraente. O sexo oposto agora parece ser o sexo idêntico. As causas dessa, digamos, atual moléstia, é a falta de tesão, a obsessão por parecer ser moderno, ou moderninho??? Alguma espécie de bioacumulação??? Será um problema de nível trófico mais elevado na cadeia alimentar??? O nível de nutrição da espécie se deteriorou???
“O SEXO OPOSTO” ESTÁ cada vez mais raro. Por que essa suposta doença não me infectou??? Talvez porque eu tenha vivido a conturbada fase de rebeldia da juventude contra os valores, então intensamente decadentes, dentro de instituições tais como a família, política totalitária, a escola com educação sucateada, numa sociedade na qual a mocidade estava simplesmente nas ruas, praças, avenidas de cidades após terem migrado de suas aldeias.
EU MIGREI ATÉ O epicentro do mundo metrópole da cidade, até então dita maravilhosa do Rio de Janeiro. O mercado de oferta de sexo oposto das xanas de fadas e ninfas estava em franca alta nas taxas de oferecimento sem nenhum tipo de licitação. Talvez sempre tenha sido assim. Mas não pra mim. Eu estava a descobrir o mundo que gerações passadas não haviam descoberto até então. O mundo de uma certa liberdade da invenção de modos inusitados de sobrevivência.
À MINHA INFINITA carência de penetração, até então reprimida, em pererecas, foi para mim uma descoberta das mais intensas. Juntou a fome, a vontade de comer e a facilidade em obter rãs, relas e rainetas. A liberdade de fuque-fuqueção abrira suas asas e pernas para minha infiltração. As doenças venéreas pululavam em minha unidade de franca, leviana e impulsiva impregnação.
COMO AFIRMA O dito popular: quem nunca comeu mel quando come se lambuza. Não que eu nunca houvesse comido, mas nunca havia exercido saciedade. E haja lambuzação. Pererecas pobres, remediadas, ricas, drogadas, fudidas, desempregadas, desestabilizadas, cheirosas, fedidas, ingênuas, safadas: todas em ação. Não havia limites para minha vontade de satisfação. A carência era grande e me tornei uma espécie de perdido nas trevas das pererecas em migração.
ELAS CHEGAVAM de todos os cantões na terra maravilhosa das migrações. O Rio de Janeiro era espécie de paraíso perdido das revoluções baianas, paraibanas, natalinas, sampaulinas, recifenses, maranhenses e de outras plagas estadudidenses, argentinas, peruanas, francesas, chilenas, melenas, caraminholas, gaforinas. Jubas e rabos de cavalo para todos os gostos e lados.
TALVEZ ESTIVESSE em franco processo de sofrimento psicológico exagerado: descontrole da libido, hipersexualidade. Havia saído da caverna obscura e familiar de Platão. Das cavernosas névoas e trevas do Inconsciente Coletivo Familiar. Primeiro de dez irmãos e irmãs que me viam como sendo um entulho, um perigo para a falta de recursos de uma família de carências superlativas. Rejeição imensa nas ideias. Com uma mãe que aumentava essas carências anos e anos afiançando mais uma boca para dividir os parcos recursos de alimentação.
O CERTO É QUE EU era um sobrevivente na “década que não passou”. Sobrevivente nos anos sessenta/setenta que a canalização social de carências incomensuráveis alimentava a insana vaidade, luxúria, soberba, avareza, gula, inveja, ira... Através da propaganda de produtos industrializados tendo por paradigma na frente, detrás e ao lado dos produtos, o sempre presente xibiu das pitonisas modelos, atração no mercado de oferta de carros e quejandos. Elas, como as principais mercadorias.
XÁ XUXOU XIBIU??? Certa vez perguntou a Daniela Mercury em desafio em show de carnaval, no alto de um trem elétrico na Bahia. Se não xuxou não xuxa mais. Pelo menos não com tanto fanatismo.
NÃO SAÍRAM DE moda as xerecas das modelos que desfilavam nas passarelas suas padarias, a insinuar a fabricação de todo tipo de pães: francês, bisnaga, marraqueta, alentejano, ciabatta, focaccia, brioche, australiano. Elas, as modelos espiroquetas transmissoras de bactérias mil, não têm mais fanáticos atrás delas, viciados e maníacos por xuxação ou fuque-fuque. O mundo da libido mudou. E você??? Eu não.