Girassóis - BVIW
1° TEMA DO ANO 2021: ENQUANTO HOUVER SOL (CRÔNICA)
A uma certa distância avistei a silhueta da cidade. Mais um pouquinho, e já diminuía a marcha do carro, ao passar pela placa sinalizando "perímetro urbano". As primeiras casas são modestas, algumas pintadas de novo, outras carentes de uma reforma, outras abandonadas. Essas últimas, sempre me fazem pensar que são bens de um espólio pobre, não resolvido, talvez até mal-assombradas.
E de uma casa escondida por um muro pré-fabricado, uns espiões ultrapassam a altura do muro e mostram suas caras, grandes, amarelas e curiosas. Girassóis espiam o sol nascente, de onde vim. Engraçado que sempre passo por aqui e jamais tinha visto tal coisa! Acho que cresceram desde a última segunda-feira, esticando seus pescoços para beberem do astro-rei, um fenômeno conhecido como heliotropismo. Achei aquela cena tão fantástica e cheia de contrários… uma casinha modesta escondida dentro do muro. Seria mais próprio dela ter um jardinzinho de margaridas, florezinhas pequeninas e humildes. Mas não, ornada estava de extravagantes girassóis. Lembrei-me que Van Gogh gostava de pintá-los. Isso me fez pensar que o próprio Van Gogh era alguém depressivo, com episódios de alucinação psicótica. Um gênio solitário e fracassado. Era parecido com a casa dentro do muro e, os girassóis, metaforizados na grandiosidade de sua obra. Enquanto houver sol e minha cabeça girar ideias malucas, com girassóis enfeitando meu dia, seja na paisagem do subúrbio, seja nos quadros de Van Gogh, minha caneta terá assunto!
1° TEMA DO ANO 2021: ENQUANTO HOUVER SOL (CRÔNICA)
A uma certa distância avistei a silhueta da cidade. Mais um pouquinho, e já diminuía a marcha do carro, ao passar pela placa sinalizando "perímetro urbano". As primeiras casas são modestas, algumas pintadas de novo, outras carentes de uma reforma, outras abandonadas. Essas últimas, sempre me fazem pensar que são bens de um espólio pobre, não resolvido, talvez até mal-assombradas.
E de uma casa escondida por um muro pré-fabricado, uns espiões ultrapassam a altura do muro e mostram suas caras, grandes, amarelas e curiosas. Girassóis espiam o sol nascente, de onde vim. Engraçado que sempre passo por aqui e jamais tinha visto tal coisa! Acho que cresceram desde a última segunda-feira, esticando seus pescoços para beberem do astro-rei, um fenômeno conhecido como heliotropismo. Achei aquela cena tão fantástica e cheia de contrários… uma casinha modesta escondida dentro do muro. Seria mais próprio dela ter um jardinzinho de margaridas, florezinhas pequeninas e humildes. Mas não, ornada estava de extravagantes girassóis. Lembrei-me que Van Gogh gostava de pintá-los. Isso me fez pensar que o próprio Van Gogh era alguém depressivo, com episódios de alucinação psicótica. Um gênio solitário e fracassado. Era parecido com a casa dentro do muro e, os girassóis, metaforizados na grandiosidade de sua obra. Enquanto houver sol e minha cabeça girar ideias malucas, com girassóis enfeitando meu dia, seja na paisagem do subúrbio, seja nos quadros de Van Gogh, minha caneta terá assunto!