Uma colher de azeitonas, e duas de boas bobagens.
Uma das coisas mais fascinantes é que você aprende com todos, com qualquer pessoa você sempre aprende algo. Nós insistimos muitas vezes em ter de ouvir sempre aquele comentarista de determinado jornal, ou ler tal colunista, julgando suas palavras serem eternamente de boa qualidade, mas ninguém é totalmente bom, porque depende de nosso ponto de vista, e cada um tem um diferente. Todos falam muita merda, muita bobagem, até mesmos esses ditos monstros de colunas e comentários, por isso precisamos filtrar as informações. Sempre de acordo com nosso ponto de vista, com o que julgamos ser correto temos de guardar o que nos interessa. Até hoje, muitas, muitas pessoas passaram na minha vida. Umas passaram anos, outras meses, outras não mais do que minutos, me deixando a mercê de sua reaparição, e utilizando-me do filtro, muitas coisas guardei, muitas descartei sem nem mesmo refletir. Sem dúvida as pessoas com as quais eu mais aprendi foram meu irmão, meu pai e minha mãe, pois são os com quem eu mais convivo. Com meu irmão aprendi que devemos falar muitas bobagens em momentos propícios, e herdei todo senso de humor dele, o mesmo tipo de piada e estereótipos cômicos. De minha mãe, aprendi a fazer alguns pratos culinários, o senso de maternidade, de carinho, de que conversas francas e sinceras resolvem muitas coisas. De meu pai tenho (ou tento) o compromisso para com os outros, a palavra a ser cumprida, a seriedade e honestidade nas relações necessárias. Com minha avó aprendi que a velhice não é problema, são só alguns anos a mais, e também aprendi que em recheios de tortas e pratos quentes sempre deve se por uma colher de azeitonas picadas, porque realça o sabor dos demais ingredientes ficando irresistível. Da Simone aprendi que sempre que eu me lembrar devo lavar o rosto com água corrente de forma abundante, pois isto ajuda a evitar espinhas. Com a Priscila, filha da Simone, aprendi que devemos perguntar, sem vergonha, aquilo que não sabemos. Com minha professora Iara, aprendi que deveria fazer faculdade de Jornalismo, Com o Ronaldo, aprendi que devemos brigar com quem amamos, porque significa querer bem, proteção. Com o Valentim aprendi que homens podem beijar homens no rosto, e isso não significa nada além de carinho. Com a Helen aprendi que podemos ir num lugar sem saber nada sobre ele, e quando chegar perguntar tudo o que se precisa. Com o tio Ney aprendi que boas mentiras existem. Com a Daniella aprendi que nós quem nos fazemos felizes, com a Alice presidiária aprendi que basta mais nada do que um café para passar a noite bem. Com a Thalita aprendi que nem toda literatura é válida. Com minha professora Loisette aprendi que não devemos esperar a próxima oportunidade. Com minha professora Luciene aprendi que educação e elegância são sempre bem vindas. Com Cláudia Tomazi aprendi que devemos treinar muito alguma coisa, deixa-la o mais perfeito possível antes de torná-la pública. Com Dna Ruth Laus aprendi que não existe amizades impossíveis devido a distância de idades, somos pessoas e pronto. Com Celso Leal aprendi que para tudo há momento, e podemos ser a mesma pessoa, por mais que estejamos em ambientes diferentes. Com a Sya e Fê Thuru aprendi que a distância em quilômetros não é empecilho para boa amizade. Com Alex aprendi que devemos realizar o difícil primeiro enquanto temos energia, para depois desfrutar do fácil. E assim aprendemos tantas coisas, não me lembro de tantas coisas que aprendi, e continuo aprendendo, e sou tão jovem, quero tanto, que nunca vou parar.
Douglas Tedesco – 10/2007