Um coração que sangra.
UM CORAÇÃO QUE SANGRA.
Talvez esse texto não seja o mais agradável de se ler — com certeza não chega a ser considerado crônica — Mas, se você, caríssimo leitor, chegou até aqui nesse ‘blog’ desavisadamente, ALERTA, CUIDADO, as palavras seguintes são pesadas, entretanto, se mesmo assim queres continuar, é por sua conta. Considere leituras mais agradáveis por aí para acalentar os olhos, ainda sim, se você deseja ser insistente, seja bem-vindo, vamos lá então. Saiba apenas que, as palavras que foram aqui apontadas são verdades e foram colhidas a conta gota de um coração sangrando.
Não tenho esperanças, nunca houve em mim alegrias no ano que passou, nem no que se inicia. Tudo é ilusão, minha vida é uma farsa, a realidade que me cerca também é; foi no passado, é no presente, certamente será no futuro. A única coisa que me resta é a palavra não…
Não fui a amiga que muitos gostariam de ter, aliás, dói saber que não sou o tipo preferido de mulher, aquela a quem as pessoas escolheriam para tecer amizades…
Eu não fui o tipo de namorada desejada, quando namorei, a mulher com quem fiquei, percebeu em mim a pior das namoradas.
Sinceramente, eu não fui e nunca serei a mulher (perfeita), não que haja tipos perfeitos, mas, muito melhores do que estou sendo…
Não sou o tipo de colega de trabalho ideal, no mínimo tolerável, daquelas em que as pessoas suportam. Pensei que era alguma coisa para alguém, acordei para triste realidade de não ser nada para ninguém.
Percebem agora que a minha vida é feita de (não), aos montes, o tempo todo.
Nem ser escritora, que é o meu maior sonho, eu me tornei. A sensação que fica é de que sou, no bem da verdade, uma fracassada vestida com roupas de sucesso, (não… é atrevimento demais pensar assim). Penso estar vestida com roupas de uma bela dama, quando, na verdade, não passa de farrapos.
Na escola, em minhas escolhas, eram sempre as mesmas coisas, o traço predominante desta desqualificada na qual eu estava destinada a ser. Quase sem amigos verdadeiros, sem a mínima capacidade de construir amizades. Nunca, repito, nunca sai com as amigas para beber e farrear, não… Eu não tinha essa capacidade, o motivo é que eu sempre fui uma covarde.
Tive apenas uma namorada na adolescência, que, aliás, implorei a ela que ficasse comigo, eu tinha dezesseis, ela vinte. Fui traída por ela, por eu ser essa notável fracassada. Namorei anos depois, não deu em nada.
Tive momentos bons, sim…
Tudo bem, sei… A vida não é bem isso, blá, blá… Eu poderia ter tentado… Sim. Eu poderia ter me esforçado… Verdadeiramente, mas, não deu.
A coisa é bem mais profunda, sabe, é um oceano profundo onde somente eu mesma posso ir. Não é a religião, ou a filosofia, ou seja, lá o que quiserem dizer… O abismo está dentro de mim, assim como estou dentro dele.
Essa é a fonte da minha literatura.
(L. B)