ABORTO: CERTO OU ERRADO?

Essa semana o aborto foi legalizado na Argentina e houve uma comemoração por parte dos grupos pró aborto (principalmente das feministas) como se fosse um título de copa do mundo. Algumas questões que gostaria de deixar claro. A comoção foi gigantesca.

Particularmente, creio que só Deus é o doador da vida, portanto, só ele pode autorizar e tirar de alguém. No entanto, debater aborto em tempos plurais e sobre viés religiosos como bem disse o filósofo católico Francisco Razzo, não é errado, mas problemático já que meu interlocutor não necessariamente crê em Deus. Assim, "suspende-se Deus" do debate (percebam às aspas) e vamos debate-lo por meios filosóficos e lógicos. Vejamos:

1: Se o aborto é uma decisão unilateral (meu corpo minhas regras), logo é possível deduzir que existe um pólo superior e de poder (às mulheres) contra um pólo inferior e indefeso. (a vida do embrião). Curioso observar que às mulheres que ao longo dos séculos vem lutando contra a opressão e o desprezo masculino (e estão mais que certas) estão fazendo a mesma coisa que repudiam e repudiavam nos homens quando agora em posição de superioridade decidem o que podem ou não fazer com o bebê (ou amontoado de células como muitos gostam de dizer).

2: Se o embrião tivesse apenas DNA da genitora, a meu ver, ela até "teria" (percebam às aspas) o direito de abortar, mas como todos nós sabemos ele tem DNA próprio e também do genitor. Isso prova que a mulher não gerou sozinho o filho.

3: Ciências naturais (química, física, biologia, e outras), não definem o que é ou não pessoa. Eles falam de homos sapiens. A definição de pessoa cabe a três campos do saber: Direito, Ética e Filosofia Antropológica. O direto porque é ele que regula às relações em sociedade entre as pessoas. A ética porque o que fazemos afeta direta e indiretamente os outros. E a filosofia antropológica porque é a única que pergunta: O que é o ser humano? Sem esses três campos fica difícil definir o conceito de pessoalidade.

4: Os que defendem o aborto normalmente usam do argumento de que pelo fato do embrião não ter consciência logo não pode ser considerado um ser humano. Oras, se a definição de ser humano estiver baseada em ter ou não consciência podemos então afirmar que crianças de até três anos de idade, doentes mentais, com síndrome de dawn, pessoas com Alzheimer ou em estado vegetativo podem ser eliminadas da sociedade? Acredito que não!

5: Geralmente quem defende o aborto gosta de usar casos de estupro como defesa de tal ato. Mas os casos que envolvem gravidez no estupro são "apenas" 5%, o restante é tudo aborto por conveniência. Mas esses grupos gostam de ficar discutindo os 5%.

6: Por que ao invés de debater às causas que levam às mulheres a abortar, como por exemplo, a covardia de muitos homens de assumir os filhos, famílias desestruturadas com pais ausentes, pobreza, falta de discussão sexual nas escolas, etc, se prefere ir direto para o aborto? Não seria uma decisão altamente frágil, rápida e reducionista?

Enfim, há outros motivos para ser contra o aborto. Por ora, esses são, a meu ver, suficientes.

Danilo D
Enviado por Danilo D em 03/01/2021
Reeditado em 03/01/2021
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