A VONTADE DE VIVER, NAO IMPORTA A CONDICAO
[1/1 10:34] José Marcos: A VONTADE DE VIVER, NÃO IMPORTA A CONDIÇÃO.
A temperatura de verão, o sol causticante. Final de ano, muitos soteropolitanos, trabalhadores incansáveis. Estavam ali naquela fila quilométrica a espera de chegar na entrada do ferry boat, todos ansiosos para chegarem na ilha de Itaparica. Todo ano é a mesma reportagem dos canais de televisão locais. As câmeras focadas naquela fila interminável. São duas filas, uma para pedestres, outra para os carros.
São os proletários nos dois níveis, classe média baixa e os mais empobrecidos, lumpemproletariado. Todos ali ao seu modo querendo se divertir, sair da loucura urbana, da metrópole soteropolitana.
Os pedestres que ali estão encontram na situação da espera que dura em torno de quatro horas. Seus organismos são resistentes, programados para não terem nenhuma anormalidade.
Mas as dificuldades não os impedem de persistirem, não tira o bom humor. Para essas pessoas tanto da fila de pedestre quanto da fila de carros a vontade de mudarem seus cotidianos mesmo que por alguns momentos, não tem sacrifício que os impeçam. O distanciamento social é apenas uma palavra da moda. Ali nesse instante esquecem o vírus, fazem de conta que ele nunca existiu.
Sim, para um observador desse fato social aglomeração enfileirada é uma situação humilhante que os proletários não têm ideia, é tão somente uma oportunidade de saírem do estresse da cidade grande, dos edifícios de concreto dos bairros violentos, marginalizados, das periferias sem lazer, dos locais sem infraestrutura.
No fundo essa fila já é o começo da diversão que vai culminar na ilha de Itaparica.
[1/1 10:37] José Marcos: José Marcos di Ayres