Os dias do desespero. A esperança!
Não podemos esquecer o passado como se folhas velhas de um livro fossem. Infelizmente assim não é. O passado existiu, O ontem é passado hoje, amanhã o futuro será passado algum tempo depois. Assim continuamos a despedirmos-nos de mais um ano que passou e rejubilarmos de alegria por outro que começa.
Aquele que acabou deixou-nos tristes recordações que continuam por tempo que ninguém sabe. Este mundo desvairado em que vivemos, ou andamos por aqui, Guerras, em que se morre e se mata sem se saber porquê. Milhões morrendo de fome, vitimas dos desvarios de quem tinha obrigação para que assim não fosse. Falta tudo. O insulto da grandeza, reduz-nos ao que realmente somos. Números! A nova escravidão aí está. Mais sofisticada, mas mais cruel. Igualmente destrói os corpos, mas as marcas na alma essas não morrem. Os escravocratas hoje são outros. Aonde está a diferença entre os arredores das grandes cidades ou a sanzala do tempo passado? Na sanzala vivia-se a escravidão da cor. Hoje nessas grandes cidades, nos pequenos povoados, nos bairros, vive-se a escravidão do preconceito, a miséria moral e física vivem livremente. Sem piedade, sem dó. Hoje neste primeiro dia de mais um ano que começa espera-se, pede-se o milagre, repetido todos os anos. Mas ao longo dos anos como á cem, duzentos anos, Continuaremos a ler o que a outra escravidão foi. Resta-nos a mesma certeza que os escravos tinham. Continuamos escravos. Nos poemas de Castro Alves, de Maria Firmina dos Reis, e outros poetas, a escravidão está lá, e como que o milagre da ressurreição, ela aí está hoje, amanhã e sempre. Modificada, mas existente. Continuamos a pedir melhores dias neste futuro que agora começa. Mas que futuro nos aguarda? Quem nos dá a resposta. Teremos aqueles que acreditam.
Uma palavra apenas.ESPERANÇA!