Ser ela ser
O universo e dela era o amar. E virara fisioterapeuta com vinte e três anos formada na faculdade particular. E se chamava Solanina de coração puro, casto e nobre. Cada dia ela namorava um rapaz diferente, porém nunca engravidara. Ela descobriu que era estéril e que não podia ter nem filhos nem filhas. E começou a beber e a fumar cigarros todos os dias e existência. E o último rapaz que ela namorou aconselhou a ela fazer uma novena de Santa Rita de Cássia para se engravidar e assim ter filhos. E ela rezou sem compromisso. Em três meses ela engravidou e deu o nome ao primeiro filho de Joaquim. E casou com o rapaz da novena chamado de Calisto. Ela, ele e o filho foram felizes por dezoito anos. Quando Calisto começou a trair a esposa com uma colega de trabalho e foi infeliz. Solanina ficou arrasada e com coração partido e resolveu se separar de Calisto. A maior artimanha desta colega de trabalho foi inventar que estava grávida de Calisto somente para depois engravidar e com ele realmente se ficar. E o plano dela deu certo. Com nove meses inventou que estava com seis fingindo ter um parto prematuro. E deu o nome a filha de Jeniffer hoje com cinco anos. Solanina não se casara mais e se dedicou a arte de se fazer origamis e desenhos em quadros e vendeu para muitos e para muitas clientelas. De cada dez desenhos nove se faziam sucesso. Assinava-se com as iniciais S. A. que quer dizer Solanina Amorosa seu nome artístico e de momento nacional. Calisto por causa de enxugamentos de gastos ficou desempregado e no olho da rua. A mulher de Calisto o abandonou e levou o filho consigo e ele passou a ser morador de rua. Certa vez Solanina foi sair para o trabalho e viu o ex-marido e ele pediu somente um pouco de água e um prato de comida. E ela não negou. E ele contou a ela tudo o que acontecera depois da separação e como ficara pobre e triste. Solanina o aceitou de volta ao lar somente como amigo e ele assim aceitou. De cada dia ao lado da mulher que amou recomeçou a vida sendo frentista e queria dar a volta por cima. E se tornou sócio do posto em cinco anos de duro trabalho. E o amor de Solanina pelo marido começou a se retornar e eles três viveram novamente como pai, mãe e filho amoroso. Cada dia eles três rezavam o terço mariano e ao dormir agradeciam pelo dia tido. E aos sessenta e nove anos ela se aposentou e foi morar num sítio e comprados com o dinheiro dela. E Calisto foi honesto a partir daí até o dia de morrer. E Solanina foi honesta com ele e o amor dos dois foi-se retornando. Cada dia se fazia orações ao Imaculado Coração de Maria. De vontade própria eles dois adotaram mais duas crianças depois do primeiro filho. E deram os nomes de Augusto e Firmina de dois e três anos hoje na atualidade. Cada sentimento de que o amor pela arte literária era algo de família. Os três filhos se tornaram artistas plásticos com direito a se fazerem até quadros de grande e amoroso sucesso. De cada sentido esta arte invadia as famílias de Solanina e de com corpos em sementes.