Paizinha
Há personagens marcantes. Aqueles que sempre retornam ao pensamento nas mais diversas situações. Hoje, como já foi em um passado distante, as relações interpessoais independem de gênero. Não importa!
Porém, no período inicial de minha vida profissional estas coisas não eram muito bem absorvidas pela maioria das pessoas não. Convivi com algumas pessoas que viviam essas alterações sociais que as tornavam especiais aos olhos da dita maioria. Paizinha era uma delas. O apelido carinhoso já entrega o fato.
Homossexual assumidíssima, vivia com uma companheira (e desta adotara afetivamente os filhos pequeninos, daí “paizinha”). Verdadeiramente boca preta – calma! Este termo não tem nada de ofensivo. É apenas um jargão corporativo utilizado antigamente para definir homens / mulheres não importando a cor da pele e/ou da boca oriundos de determinada linha pública – impunha, e muito, respeito. Com ela ninguém vacilava. Justa e firme em suas decisões & ações. Protegia a família como uma leoa. Amava e era amada. Forte, porém extremamente doce e carinhosa.
Uma amiga e tanto daquelas que quem teve o prazer de conviver não esquece.
Um dia, uma noite escura, passeava com a companheira olhando a lua, as estrelas, o futuro. Cercadas por uma turma, na mata fechada, tiveram as femininas almas roubadas, após isso, nada seria como antes, impossível prosseguir e Paizinha não prosseguiu.
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