Feio?
Eu, ocupada, em um dia cheio de tarefas, só e sem sossego para trabalhar, pois a campainha não parava de tocar, intercalada com o telefone. Cada hora um chamava, para nada! Era o homem do gás que eu não pedi, uma amiga que queria conversar ou um engano, um moleque que tocou e correu, alguém que pretendia me evangelizar e que eu pedi para colocar o folheto na caixa do correio e outras coisas parecidas aconteceram naquele dia, sendo que uma delas me tocou a campainha da alma! Pela câmera eu pude ver um senhor de meia idade, com aparência de muito pobre e que pelo interfone me disse solenemente: “Senhora, estou vendendo panos de prato muito bonitos, para o Natal, a senhora não quer vir vê-los?”Eu então fui até a porta e ele me disse: Bom dia, veja como são bons e bonitos! Vendo sempre quatro de cada vez, mas para a senhora eu faço seis pelo mesmo preço. Eu ia recusar, pois sempre faço e tenho muitos, mas ele completou da seguinte forma: eu estava desempregado mas agora, Graças a Deus, consegui este trabalho que faço com carinho e muita gratidão a Ele, pois me tirou do desespero! E abriu um sorriso que revelou dentes quebrados e falhas e me chamou a atenção para o resto do rosto, muito queimado de sol, cheio de rugas finas, talvez causadas pelas agruras da vida; o cabelo queimado de sol e quase vermelho, meu Deus, como era feio! Sorrindo pra mim, todo feliz… e eu o achando feio! As mãos cravadas na alça da carretinha que levava os panos muito alvos e bem dobrados, me dando a entender que ele começara há pouco. Comprei seis com estampas variadas e que depois quando os lavei, vi que encolheram e eram muito ralos, mas eu não me incomodei. Na hora, se pudesse, comprava todos para ajudar. Pensei: meu Deus, abençoe este senhor e o trabalho dele! Ele agradeceu, me deu um largo sorriso, desejou Feliz Natal e foi depressa oferecer a um senhor no outro lado da rua, que nem quis ouvir e foi embora. Ele então desceu a rua com passos firmes, resolvido a vender tudo na praça mais embaixo e, quem sabe, passar um Natal melhor. Eu fiquei olhando e pensando se ele iria conseguir e quando. Ao mesmo tempo agradeci a Deus por ter tido a graça de atendê-lo e pensava: ele deve estar imaginando que vai conseguir tudo que precisa e sonha. Espero que sim, fosse ele quem fosse, os nossos anjos da guarda se abraçaram, e mesmo que ele fosse um terrível mau caráter, quem sabe ele não estava recebendo a oportunidade pra se redimir? Alguma coisa me fazia crer que ele era uma boa pessoa e que apesar da aparência triste que sua figura lhe conferia, ele era uma mensagem que veio de cima, e exclamei: “Meu Deus, como ele é lindo! “
Maga 27/12/2020
Eu, ocupada, em um dia cheio de tarefas, só e sem sossego para trabalhar, pois a campainha não parava de tocar, intercalada com o telefone. Cada hora um chamava, para nada! Era o homem do gás que eu não pedi, uma amiga que queria conversar ou um engano, um moleque que tocou e correu, alguém que pretendia me evangelizar e que eu pedi para colocar o folheto na caixa do correio e outras coisas parecidas aconteceram naquele dia, sendo que uma delas me tocou a campainha da alma! Pela câmera eu pude ver um senhor de meia idade, com aparência de muito pobre e que pelo interfone me disse solenemente: “Senhora, estou vendendo panos de prato muito bonitos, para o Natal, a senhora não quer vir vê-los?”Eu então fui até a porta e ele me disse: Bom dia, veja como são bons e bonitos! Vendo sempre quatro de cada vez, mas para a senhora eu faço seis pelo mesmo preço. Eu ia recusar, pois sempre faço e tenho muitos, mas ele completou da seguinte forma: eu estava desempregado mas agora, Graças a Deus, consegui este trabalho que faço com carinho e muita gratidão a Ele, pois me tirou do desespero! E abriu um sorriso que revelou dentes quebrados e falhas e me chamou a atenção para o resto do rosto, muito queimado de sol, cheio de rugas finas, talvez causadas pelas agruras da vida; o cabelo queimado de sol e quase vermelho, meu Deus, como era feio! Sorrindo pra mim, todo feliz… e eu o achando feio! As mãos cravadas na alça da carretinha que levava os panos muito alvos e bem dobrados, me dando a entender que ele começara há pouco. Comprei seis com estampas variadas e que depois quando os lavei, vi que encolheram e eram muito ralos, mas eu não me incomodei. Na hora, se pudesse, comprava todos para ajudar. Pensei: meu Deus, abençoe este senhor e o trabalho dele! Ele agradeceu, me deu um largo sorriso, desejou Feliz Natal e foi depressa oferecer a um senhor no outro lado da rua, que nem quis ouvir e foi embora. Ele então desceu a rua com passos firmes, resolvido a vender tudo na praça mais embaixo e, quem sabe, passar um Natal melhor. Eu fiquei olhando e pensando se ele iria conseguir e quando. Ao mesmo tempo agradeci a Deus por ter tido a graça de atendê-lo e pensava: ele deve estar imaginando que vai conseguir tudo que precisa e sonha. Espero que sim, fosse ele quem fosse, os nossos anjos da guarda se abraçaram, e mesmo que ele fosse um terrível mau caráter, quem sabe ele não estava recebendo a oportunidade pra se redimir? Alguma coisa me fazia crer que ele era uma boa pessoa e que apesar da aparência triste que sua figura lhe conferia, ele era uma mensagem que veio de cima, e exclamei: “Meu Deus, como ele é lindo! “
Maga 27/12/2020