Filme Arretado

COMO estamos vivendo um momento difícil, devido à pandemia e também porque temos um governo incompetente, insensato e irresponsável,sem nenhuma sensibilidade para com a população,ontem o Trump em Compotas disse que não dava bola para a pressão do povo pelas vacinas, e fez isso publicamente na rua sem usar máscara dando mau exemplo, acho que . apesar disso, precisamos aproveitar bem o tempo neste retiro e isolamento fazendo a nossa parte e aproveitando bem o tempo, até a chegada das vacinas.

Assim, principalmente nós, os mais adentrados nos anos, precisamos nos distrair para reduzir o tédio e a irritação, lendo bons ivros, ouvindo boa música, batendo bons papos com nosso entorno e virtual com os amigos e, claro, assistindo bons filmes.

É o que estou fazendo no momento. Estou dando ênfase aos filmes que me tocam, aqueles que focam na condição humana, que contam uma história de vida. Um desses filmes que me fascinou foi um nacional, dirigido por Ana Lúcia Azevêdo. "Aos Olhos de Ernesto". É a história de um velho uruguaio, quase cego, exilado em Porto Alegre, vivendo sozinho, mas resistindo, sua relação com vizinhos, seu cotidiano, suas idiossincrasias, até que conhece uma mocinha que é muito arrisca e se toma de amor paterna por ela. A mocinha lhe inspira a continuar a viver e até a realizar sonhos. Uma lição de vida.

Numa ds cenas mais belas, a mocinha leva o velho a uma reunião de poetas no centro da cidade e lá o convence a declamar ma poesia, então ele declama o poema de Mário Benedetti, "Por que Cantamos". Vou transcrevê-lo:

"Se cada hora vem com sua morte/ se o tempo é u covil de ladrões/ os anos já não são bons ares/ e a vida é nada mais que um alvo imóvel// Você perguntará porque cantamos// Se nossos bravos ficam sem abraço/ a pátria os está morrendo de tristeza/ e o coração do homem se fez cacos/ antes mesmo de explodir a vergonha// Você perguntará por que cantamos// Se estamos longe como um horizonte/ se lá ficaram árvores e céu/ se cada noite é sempre alguma ausência/e cada despertar um desencontro// Você perguntará porque cantamos// Cantamos porque o rio está soando/ e quando soa o rio-soa o rio/ cantamos porque o cruel não tem nome/ embora tenha no seu destino// Cantamos pela infância e orque tudo/ e porque algum futuro e porque o povo/ cantamos porque os sobreviventes/ e nossos mortos querem que cantemos// Cantamos porque sóo grito não basta/e já não basta o pranto nem a raiva/ Cantamos porque cremos nessa gente/e porque venceremos a derrota// Cantamos porque o sol nos reconhece/ e porque o campo cheira a primavera/ e porque nesse talo e lá no fruto/ cada pergunta é uma resposta// Cantamos porque chove sobre o sulco/ e somos militantes desta vida/ e porque não podemos e nem queremos/ deixar que a canção se torne cinzas". BINGO>

Assistam ao filme. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 27/12/2020
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