A DOENÇA – “ADMIRÁVEL” LIÇÃO PARA FUTURAS GERAÇÕES

Em que pese todos ainda estarmos na vivência da pandemia da covid-19 e que tivemos muitos obstáculos e perdas neste ano de 2020, é preciso que agradeçamos cada minuto respirado. Esses últimos 365 dias foram definitivamente inusitados. Muitos de nós jamais tínhamos noção do que seria experienciar tal situação que acometeu o mundo. Máscaras faciais protetoras, álcool-gel, distâncias de segurança para evitar transmissão foram comportamentos que habituamos, por exemplo, para que pudéssemos lidar com essa enfermidade tão estranha e por vezes traiçoeira. Vale dizer que enquanto não tivermos acesso às vacinas e aos efeitos dela, teremos que conviver com tais medidas rotineiramente sem pestanejar. Para Aristóteles, influente filósofo grego, “a alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais”. Sabemos que está sendo uma mudança de hábito a fórceps, todavia é para o bem de todos.

E quando falamos em agradecer, temos que também destacar o aprendizado que tivemos nesse tempo, pois é verdade que ficarmos afastados dos nossos familiares e amigos foi um enorme desafio. Por outro lado muitos tiveram que trocar o ambiente empresarial ou institucional pelo ambiente residencial. Os alunos desde a mais tenra idade tiveram que aprender a lidar, com rigor e com a disciplina, sobre estudar à distância, através da internet. As escolas modificaram e tiveram de se adaptar às novas tecnologias e colocar em prática uma nova didática. Destaca-se que até audiências judiciais também passaram a ser “on-line”. Ingressar em ambientes de estabelecimentos nos centros comerciais agora exige também protocolos diversos para evitar a contaminação e propagação do vírus. Uma das grandes dificuldades que o brasileiro enfrentou, por ser tão caloroso e, ainda enfrenta, é não poder apertar a mão do amigo, abraçar e beijar os pais e filhos. Sem falar no cumprimento que passou a ser através de contato de cotovelos ou apenas com as mãos fechadas em um toque breve.

Então ainda que neste tempo tenhamos vivenciado perdas; ainda que tenhamos nos distanciado uns dos outros; ainda que tudo o que planejamos para este ano fora modificado, reclamar não é a melhor decisão. Quem reclama, apenas atrai vibrações negativas para a sua vida. E além de se desmotivar, acaba por construir ambientes ainda mais tristes, propagar desesperança, ansiedade e depressão. Compreendemos que ser grato é pensar com otimismo; agir com energia e fazer do momento presente um tempo mais leve e mais altruísta. Espalhar apenas desânimo, fraqueza e discórdia, produz situações ainda mais desastrosas. Enquanto não vencemos algo, é preciso compreender que no mínimo teremos aprendido.

E aprender deve ser uma constante na vida para que possamos evoluir humana e espiritualmente. Indubitavelmente teremos muito a ensinar aos que vem depois de nós. Pode ser que os que nasceram neste ano saberão da pandemia apenas em livros de história. E cabe a nós a resiliência e a força para passarmos por isso com sabedoria para que estejamos no amanhã prontos para transmitir conhecimento e experiência aos que virão. E muito mais que isso, poderemos contar toda nossa história de superação e de vitória perante as diversas turbulências que combatemos nesta era tão desafiadora e que a nós prestou uma grande lição de vida para o hoje e para as novas gerações.